16 de nov. de 2008

Informação ajuda no tratamento da esclerose múltipla

Noticia veiculada em: 23/10/08




Segundo a neurologista Margarete Jesus de Carvalho, a doença atinge pessoas em idade reprodutiva.
A necessidade de informação e esclarecimento a respeito da esclerose múltipla torna-se fundamental para ajudar portadores e profissionais a estabelecer uma relação mais próxima com esse problema que costuma assustar a todos. Como tratar de uma doença incurável que pode incapacitar jovens com sintomas hora discretos e outras vezes intensos, com capacidade de aparecer e desaparecer e que muitas vezes tem suas manifestações confundidas com as de outras doenças é uma questão bastante complexa.
A única medida que pode ser tomada a partir de todas essas características negativas que norteiam essa doença considerada grave e crônica é o conhecimento, conforme explica a professora de neurologia da FMABC (Faculdade de Medicina do ABC), Margarete Jesus de Carvalho.
"A informação é importante tanto para o paciente quanto para o médico. O portador da doença, quando bem informado, passa a se observar mais e a perceber com mais facilidade qualquer surto ou problema, em conseqüência, a procura pelo neurologista é mais rápida e as chances de redução das seqüelas são maiores", comenta.
Normalmente a doença atinge pessoas em idade produtiva, dos 20 aos 40 anos, principalmente do sexo feminino. O problema afeta não só a saúde, mas ainda a vida pessoal, social e até mesmo financeira do indivíduo, já que os medicamentos são de alto custo.
A atenção deve se dar principalmente pelo fato da doença ser neuroimunológica (que envolve o sistema nervoso e de defesa) com causa desconhecida, o que impossibilita qualquer tipo de prevenção. As lesões causadas no SNC (Sistema Nervoso Central) caracterizam-se por surtos periódicos que podem tender para uma piora ou não, dependendo de cada caso.
Estima-se que um a cada 100 mil habitantes seja atingido pela doença nos países do hemisfério sul. A incidência maior, no entanto, se dá nos países localizados na parte superior do globo, onde a temperatura é mais fria. "Normalmente as pessoas com esclerose múltipla têm uma intolerância ao calor, por isso no Brasil a maioria dos casos ocorre nas regiões Sul e Sudeste", esclarece a especialista.
Diagnóstico difícil
Para descobrir que se tem esclerose múltipla pode levar meses ou até mesmo anos. A doença é tida como uma das que obtém diagnóstico mais difícil. Muitas vezes, os sintomas são confundidos com os de outras doenças, o que dificulta a definição, que na maioria dos casos ocorre a partir de exames complexos como ressonâncias.
Os sintomas podem variar de acordo com os pacientes e na maioria dos casos deixam seqüelas que podem ser pequenas, moderadas ou graves. Entre os fatores mais observados, se enquadram a falta de coordenação, vertigem, dor facial, dormência, perda de visão e de audição, dor nos braços e desequilíbrio.Porém, por não ser possível identificar de imediato qual o problema, o ideal é que um médico seja procurado em qualquer sinal incomum. "Assim como em toda doença, um profissional, normalmente o clínico geral, deve ser procurado em casos de sentir alguma coisa diferente", alerta a médica.
O tratamento é feito de acordo com cada caso. "É como se fosse um tratamento individual, que varia dependendo dos sintomas e das seqüelas", revela Margarete. Outro fator importante é a multidisciplinariedade na ocasião do tratamento, com a colaboração de fisioterapeutas, psicólogos e demais especialistas envolvidos.
A necessidade de um tratamento contínuo e o acompanhamento médico periódico pode ser considerado o único fator comum a todos os casos. Apesar da doença, estudante afirma levar 'vida normal'.
Cerca de um ano foi o tempo esperado pela estudante de administração Ana Paula Alonso para que fosse diagnosticada a doença. Aos 20 anos de idade, a jovem já passou por dois surtos, um que afetou a visão por aproximadamente 15 dias e outro caracterizado por uma paralisia facial. Apesar de ser portadora de uma doença grave, a estudante revela levar uma vida 'normal'.
" Minha vida não mudou em nada. Tive os devidos cuidados após os surtos, mas não me deixo levar pela doença porque sei que existem problemas piores do que esse", observa. Ana Paula não necessita de cuidados intensivos e também não faz uso de nenhum medicamento, mas não abre mão do acompanhamento médico pelo menos a cada seis meses.
Segundo a jovem, uma das coisas que passou a fazer parte de sua vida foi uma alimentação mais saudável. "Eu me alimentava mal e por isso tinha imunidade e anticorpos baixos. Agora passei a comer melhor e observar mais a minha saúde", conta Ana Paula.

Fonte: http://www.reporterdiario.com.br/index.php?id=102696&secao=15

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