25 de abr. de 2009

Cientistas descobrem genes que ajudam a frear câncer e esclerose

Matéria publicada em 25/04/2009




Estudo pode originar tratamentos médicos contra doenças relacionadas ao sistema imunológico.

Reino Unido - Cientistas da Universidade de Edimburgo, no Reino Unido, descobriram os componentes genéticos que podem ter um papel de destaque na hora de desacelerar ou deter doenças como o câncer e a esclerose múltipla.Os pesquisadores, dirigidos pelo professor David Hume, publicaram o estudo na revista "Nature Genetics" e destacaram que isso pode dar origem a novos tratamentos médicos contra as doenças relacionadas ao sistema imunológico.Até agora, os cientistas achavam que um grupo seleto de "genes mestres", como chamam os pesquisadores, controlava o crescimento das células que causavam os problemas.
O trabalho completa a teoria afirmando que há centenas de genes que interagem na geração destas doenças, em processo com infinitas variações que fazem com que a aparição e as causas das mesmas sejam diferentes de indivíduo para indivíduo.Os pesquisadores esperam que a identificação dos "pontos fracos" na estrutura genética dos indivíduos ajude a criar mecanismos médicos que permitam interromper o crescimento de tumores em benefício do crescimento das células saudáveis. 

Fonte:

:http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2487394.xml&template=3916.dwt&edition=12188&section=1028


Células-tronco e câncer



Postado por Alysson Muotri em 24 de abril de 2009 às 12:20




Uma das ideias mais quentes na área de células-tronco é a hipótese de que o processo cancerígeno seja originado a partir de algumas células-tronco que se replicariam rapidamente, dando origem à massa tumoral com células mais diferenciadas.
A idéia surgiu há uns 15 anos, quando o pesquisador canadense John Dick descobriu que nem todas as células do câncer são iguais. Com uma estratégia bem elegante, seu grupo demonstrou que apenas uma pequena parcela de uma população de células oriundas de um paciente com leucemia era capaz de gerar tumores. Essa pequena parcela tinha como característica a capacidade de se expandir rapidamente quando comparada com as outras células, mais vagarosas. Essas células foram então batizadas de células-tronco de câncer.
O modelo foi revigorado em 2003, com a demonstração de que cânceres sólidos também continham uma pequena fração de células com o potencial de gerar novos tumores (Al-Hajj e colegas, “PNAS”, 2003). Desde então, o isolamento dessas células-tronco em diversos outros tumores, incluindo cérebro, pulmão e pâncreas, vêem reforçando a idéia original. A excitação de médicos e pesquisadores com essa idéia é óbvia. Afinal, bastaria atingir as células-tronco do câncer para impedir que o tumor prolifere.


Desafio



Em 2007, um grupo de Harvard publicou dados que confrontavam essa teoria. No trabalho, o grupo mostrou diversas diferenças genéticas entre as ditas células-tronco de um câncer de mama e outra população de células mais diferenciadas do mesmo tumor. Acabaram por descobrir que as populações eram geneticamente diferentes, sugerindo que cada uma teria uma origem distinta e não que as células-tronco do câncer fossem o foco originário da massa tumoral (Shipitsin e colegas, “Cancer Cell”, 2007).
Esse novo dado sugere que, ao contrário da teoria das células-tronco cancerígenas, as células do tumor teriam origem clonal. Eu explico: seriam necessários eventos isolados que levariam uma única célula a perder o controle da proliferação celular. Assim, essa única célula daria origem a outras que poderiam sofrer novas alterações genéticas, criando populações de células geneticamente distintas (clones) que competiriam entre si. Dessa forma, eliminar as potenciais células-tronco do tumor não seria suficiente, pois as células restantes ainda poderiam sofrer novas alterações, contribuindo para o crescimento do tumor.
Apesar da dicotomia entre essas duas idéias, é possível que a carcinogênese seja uma mistura desses dois fenômenos. Afinal, a teoria das células-tronco de câncer não exclui o surgimento de novas mutações em células mais diferenciadas. Além disso, essas células-tronco não são homogêneas entre si e já foi relatado que podem surgir variantes genéticas com o tempo.
Outro conceito instável atualmente é o de que as células-tronco seriam extremamente raras. No ano passado, o grupo de Sean Morrison demonstrou que bastaria apenas 1 em 4 células para iniciar um processo tumoral em um modelo animal para melanomas humanos (Quintana e colegas, Nature 2008). A percepção original era de 1 em 1 milhão de células!


Faltam modelos




Infelizmente, um dos problemas nessa área é a falta de modelos biológicos relevantes. Normalmente, esses modelos são criados com a injeção ou transplante de células tumorais humanas em camundongos geneticamente modificados para manter o sistema imune deficiente, evitando a rejeição. Funciona, mas está longe de reproduzir o que realmente acontece no corpo humano. Por isso mesmo, existe uma série de pesquisadores e indústrias farmacêuticas interessados em desenvolver modelos animais mais semelhantes aos seres humanos.
É bem provável que, dependendo do tipo de câncer, uma teoria ou a outra se aplique. Também é possível que surjam novas idéias para explicar por que alguns tumores são mais resistentes e agressivos que outros, e que não envolva nenhum desses dois conceitos. O campo de pesquisa na área é fértil e profissionais de diversas áreas serão necessários para entender um dos maiores mistérios da medicina: afinal, o que causa o câncer?


Fonte:

Transplante de células-tronco livra diabéticos das injeções de insulina

Matéria Publicada em: 23/04/2009
Transplante de células-tronco
Iniciado em 2003, um tratamento inovador para pacientes de diabetes tipo 1 - baseado em altas doses de quimioterapia e no transplante de células-tronco extraídas de seus próprios organismos - apresentou resultados promissores em abril de 2007. De um grupo de 15 pessoas, 14 foram dispensados das altas doses diárias de insulina, pois seus organismos voltaram a produzir a substância.Dois anos depois, a mesma equipe de pesquisadores do Centro de Terapia Celular (CTC) da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (FMRP-USP), coordenada pelo médico Julio Voltarelli, volta a mostrar resultados importantes.Diabético livre da insulinaCom um acompanhamento mais prolongado, o novo estudo, publicado também no Journal of the American Medical Association, revela que a maioria dos pacientes permanece independente da insulina, com bom controle glicêmico. Além disso, aqueles que precisaram voltar a injetar a substância tomam doses bem mais baixas."Aumentamos o seguimento e mostramos que, apesar de verificar recaída em um número de pacientes, a produção endógena de insulina aumenta tanto no grupo que recai como naquele que se torna independente das injeções", disse Voltarelli à Agência FAPESP.O diabetes tipo 1, também conhecido como diabetes juvenil ou insulino-dependente, atinge cerca de 1 milhão de pessoas no Brasil. Segundo Voltarelli, apesar de corresponder a, no máximo, 10% dos casos da doença, é justamente o tipo mais grave, principalmente para crianças.
O estudo
Os estudos foram realizados com pacientes em estágio inicial da doença, até seis semanas após o diagnóstico. O grupo de 15 pacientes estudado em 2007 foi aumentado para 23. O acompanhamento total dos voluntários, que têm entre 13 e 31 anos de idade, foi feito de novembro de 2003 a abril de 2008. A média de acompanhamento, desta vez, é de 30 meses."Desses 23, 20 foram inicialmente dispensados de tomar insulina. Constatamos que oito deles precisaram voltar a tomar a substância. É, sem dúvida nenhuma, um excelente resultado", afirmou Voltarelli.
Imunossupressão
Segundo o também professor titular do Departamento de Clínica Médica da FMRP-USP, a estratégia consiste em submeter os pacientes à imunossupressão - isto é, injeção de altas doses de drogas que desativam o sistema imunológico, impedindo-o de atacar as células do pâncreas.Isso é necessário uma vez que o diabetes tipo 1 faz com que as próprias células do sistema de defesa do corpo ataquem as que estão no pâncreas e são especialistas na produção de insulina.Com o sistema imune inativo, são injetadas no sangue de cada paciente células-tronco de seu próprio corpo - transplante que possibilita a reconstituição da medula e do sistema imunológico do doente, após receber agressiva quimioterapia.Com isso, consegue-se uma recuperação rápida do sistema imune - em até nove dias -, que não ataca mais o pâncreas. A maioria dos pacientes se vê então livre da insulina.
Tratando as recaídas
Na nova pesquisa, pacientes que voltaram a receber insulina, em doses bem menores do que as necessárias antes do tratamento, segundo Voltarelli, foram submetidos a um novo tratamento e alguns deles conseguiram ficar novamente independentes."Atualmente, temos 14 pacientes dispensados de tomar insulina e seis que seguem tomando. Dois deles tiveram recaída, mas voltaram a ficar livres da insulina depois de um novo tratamento metabólico", disse.De acordo com o coordenador do CTC, os pacientes continuarão a ser acompanhados e os resultados serão comparados com uma outra fonte.
Substituição da quimioterapia
"Estamos testando uma nova forma de imunossupressão biológica para substituir a quimioterapia. Para isso, usamos células mesenquimais, que por si só são imunossupressoras. Elas são retiradas da medula de parentes dos pacientes, cultivadas fora do organismo e depois injetadas. Estamos testando essa estratégia e comparando com a antiga", disse.

Fonte:

Estados Unidos mudam regras para pesquisas com células-tronco

Matéria Publicada em: 22/04/2009
Financiamento público será dado a estudos com embriões descartados.Regulamentos proíbem qualquer tentativa de clonagem humana.
Dando continuidade às mudanças na posição do governo americano com relação à pesquisa com células-tronco, o NIH (Instituto Nacional de Saúde) divulgou as regras para financiamento de linhas de pesquisas na área.
Em 2001 o governo Bush editou uma resolução do executivo que proibia o financiamento com dinheiro público das pesquisas com células-tronco embrionárias. Esse bloqueio custou aos cientistas americanos um atraso considerável quando comparados ao restante do mundo, especialmente a Europa. Uma das primeiras medidas após Barack Obama tomar posse foi a suspensão dessa medida, mas esse ato, sozinho, não tinha trazido efeitos reais. Com a divulgação da proposta de normas para o financiamento o apoio do governo passará a ser uma realidade muito em breve.

Esquema representando as células-tronco (no centro) dando origem a vários tipos celulares, como espermatozóides e células musculares (em cima) (Foto: Divulgação)
O impacto da entrada dessa fonte de financiamento, que é a maior em pesquisas no mundo, será gigantesco. Apenas 21 linhagens de células tronco embrionárias conseguiram receber apoio governamental nos últimos 8 anos, contra 700 linhagens em pesquisas privadas. Habitualmente, essa relação é inversa. A proposta está disponível para consulta pública no site do NIH (http://www.nih.gov/) e, se não for modificada, entrará em vigor em 30 dias.As regras colocam limites claros para os pesquisadores que desejem se candidatar ao financiamento. Os embriões utilizados deverão ser os que estão disponíveis nas clinicas de fertilização e considerados como descartados para essa finalidade. Os casais doadores deverão consentir por escrito na utilização dos embriões em pesquisa. Não será permitido a criação de embriões somente para pesquisa e muito menos os casais poderão ser recompensados financeiramente por cederem seus embriões.
Pesquisas que levem a possibilidade de clonagem humana também estão vetadas. As regras não agradaram aos mais radicais, que são contra a utilização dos embriões e que consideraram essa abertura o início de uma liberação mais ampla. De qualquer forma novas descobertas deverão surgir por conta desse apoio importante, o que traz esperança a pacientes e famílias que lutam contra doenças crônicas e degenerativas até agora sem tratamento.
Luis Fernando Correia é médico e apresentador do "Saúde em Foco", da CBN.

Fonte: http://g1.globo.com/Noticias/Ciencia/0,,MUL1093750-5603,00-ESTADOS+UNIDOS+MUDAM+REGRAS+PARA+PESQUISAS+COM+CELULASTRONCO.html

Unesp testa célula-tronco no pulmão

Matéria Publicada em: 21/04/2009
Durante três dias, os pacientes receberão medicamentos específicos.


Pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista) iniciam, na próxima semana, uma terapia inédita com células-tronco para tratar pacientes com DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), em especial aqueles com enfisema pulmonar avançado.
Segundo o médico geneticista João Tadeu Ribeiro Paes, principal autor do estudo, a Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) --órgão que regulamenta pesquisas-- autorizou a pesquisa em humanos na semana passada.
A DPOC pode se manifestar como bronquite ou enfisema. Este último é uma doença crônica causada em 90% dos casos pelo cigarro, que gera inflamação nos brônquios e destrói os alvéolos e o tecido pulmonar. Com o tempo, o paciente perde a capacidade de respirar normalmente, pois a troca gasosa fica debilitada.
Estima-se que de 6% a 7% da população com mais de 40 anos tenha o problema. Não há cura. Segundo Paes, a universidade já selecionou os quatro pacientes que participarão do tratamento experimental -cujos resultados já foram testados em camundongos, que apresentaram regeneração do tecido pulmonar e melhoria da capacidade respiratória.
Por ser uma técnica experimental, a primeira etapa do estudo terá como objetivo principal saber se a terapia não prejudicará a saúde do paciente. "Por isso foram selecionadas pessoas que já não têm possibilidades de tratamento", diz Paes.
Os primeiros voluntários assinarão um termo de consentimento. Eles serão acompanhados durante um ano e os primeiros resultados devem aparecer em quatro meses.
O procedimento
Durante três dias, os pacientes receberão medicamentos específicos para estimular a produção de células-tronco na medula óssea.
Depois desse período, em procedimento cirúrgico e com anestesia local, cerca de 150 ml de células da medula serão colhidos através de uma punção na altura da bacia.
Essas células serão processadas em laboratório e injetadas no voluntário por meio de uma veia periférica do braço. "Por um mecanismo ainda não explicado pela medicina, essas células devem migrar para o tecido lesado. A gente imagina que o tecido doente libere alguma substância química que atraia essas células-tronco para o local", explica Paes.
A expectativa dos pesquisadores é que o tecido pulmonar se regenere e estabilize o avanço da doença. Outra hipótese é que a técnica melhore a função pulmonar --assim como aconteceu com os camundongos.
"Não estamos propondo um milagre nem a cura da doença e não queremos criar falsas expectativas, mas a nossa esperança é que as células-tronco impeçam a evolução da doença.
Sei que ainda estamos em uma fronteira, mas pode ser que isso se torne uma terapia clínica definitiva, em que o paciente com a doença recebe aplicações de células-tronco", diz Paes.
Cautela
O pneumologista Alberto Cukier, professor da USP (Universidade de São Paulo) e coordenador da comissão de DPOC da Sociedade Brasileira de Pneumologia, é cauteloso ao avaliar a terapia experimental, pois diz que ainda não existe nenhuma técnica capaz de regenerar o tecido pulmonar e que, além disso, o tratamento atual consiste em parar de fumar para evitar a progressão da doença, usar alguns medicamentos e praticar exercícios.
"Não há cura e há muitos pacientes esperando um transplante de pulmão. Essa pesquisa está sendo realizada por uma universidade séria, mas trata-se de um procedimento experimental, ainda muito longe de ter aplicação clínica.
Como não temos resultados, não há nada que possa ser feito imediatamente", pondera Cukier. O pneumologista Mauro Musa Zamboni, do serviço de tórax do Inca (Instituto Nacional de Câncer), também é cuidadoso ao avaliar as possibilidades do novo tratamento. Ele diz desconhecer pesquisas com células-tronco para tratar doença pulmonar em humanos.
"Existem vários estudos com células-tronco em animais. Esse parece ser o primeiro em humanos, mas ainda é muito cedo para pensarmos em resultados. É muito imprevisível", diz. Segundo Zamboni, existe um campo enorme de estudos com células-tronco e há uma expectativa muito grande com relação a isso em várias áreas da medicina.
"Os primeiros resultados parecem promissores, mas ainda não temos nada de efetivo para a prática clínica."

4 de abr. de 2009

Pesquisa destaca ação de células-tronco da medula óssea no miocárdio

Matéria publicada em: 30/03/2009




Cientistas americanos descobriram que, após sofrer um ataque cardíaco, a circulação sanguínea dentro do miocárdio do paciente melhora se esse receber um tratamento com células-tronco procedentes de sua medula óssea.
Os pesquisadores, das universidades Emory e Vanderbilt, do Lindner Research Center e do Texas Heart Center, apresentam hoje os resultados de seu estudo em uma conferência do Colégio Americano de Cardiologia em Orlando, nos Estados Unidos.
Um grave ataque do coração pode produzir mudanças no miocárdio e aumentar o risco de insuficiência cardíaca e outras complicações.
A equipe elaborou um tratamento com células-tronco da medula óssea de pacientes que tinham sofrido um ataque cardíaco com o qual conseguiu melhorar a saúde dos indivíduos.
Os pesquisadores trabalharam com 31 pacientes que, após sofrerem um ataque cardíaco, tinham sido submetidos a um procedimento de angioplastia e implante de stent (prótese posicionada no interior das artérias).
Do grupo, 16 receberam um preparado de células-tronco de sua medula óssea enriquecidas para se transformar em células progenitoras endoteliais, que acredita-se que sejam capazes de reconstruir as paredes dos vasos sanguíneos.
As 15 pessoas restantes receberam a medicação padrão e constituíram, portanto, o grupo controle.
Os especialistas introduziram três tipos de preparado com células-tronco (com 5, 10 e 15 milhões de células) na zona da artéria coronária onde um bloqueio desencadeou o ataque cardíaco nos pacientes do grupo experimental.
A equipe estudou, três e seis meses após o início do tratamento, como o coração dos doentes se recuperou e remodelou, e observou que o fluxo sanguíneo dentro do órgão dos pacientes que receberam doses mais altas de células-tronco melhorou significativamente frente ao dos demais.

Entenda a Esclerose Múltipla

A esclerose múltipla é um distúrbio no qual ocorre desmielinização de áreas isoladas dos nervos dos olhos, do cérebro e da medula espinhal. O termo esclerose múltipla é decorrente das múltiplas áreas de cicatrização (esclerose) que representam muitos focos de desmielinização no sistema nervoso. Os sinais e sintomas neurológicos da esclerose múltipla são tão diversos que o médico pode não diagnosticá-la quando os primeiros sintomas ocorrem. Como a doença freqüentemente piora lentamente no decorrer do tempo, os indivíduos afetados apresentam períodos de saúde relativamente boa (remissões) alternados com períodos de fraqueza (exacerbações).


Causas


A causa da esclerose múltipla é desconhecida, mas suspeita-se que um vírus ou algum antígeno desconhecido sejam os responsáveis que desencadeiam, de alguma maneira, um processo autoimune, geralmente no início da vida. Em seguida, o corpo, por alguma razão, produz anticorpos contra sua própria mielina. Os anticorpos produzem inflamação e lesam a bainha de mielina. A hereditariedade parece ter um papel na esclerose múltipla. Cerca de 5% dos indivíduos afetados posuem uma irmã ou irmão que também apresenta a doença e aproximadamente 15% deles possuem um parente próximo afetado. Os fatores ambientais também têm um papel. A esclerose afeta 1 em cada 2.000 indivíduos que passam a primeira década de sua vida em climas temperados, mas ela afeta somente 1 em cada 10.000 indivíduos nascidos em regiões tropicais. A esclerose múltipla quase nunca afeta indivíduos nascidos e criados próximos ao equador. O clima no qual o indivíduo viveu a primeira década de vida parece ser mais importante que o clima onde ele passou os anos subseqüentes.







Sintomas

Geralmente, os sintomas surgem entre os 20 e os 40 anos de idade. As mulheres são mais propensas à doença que os homens. A desmielinização pode ocorrer em qualquer parte do cérebro ou da medula espinhal e os sintomas dependem da área afetada. A desmielinização nas vias nervosas que conduzem sinais aos músculos acarreta problemas da mobilidade (sintomas motores), enquanto a desmielinização de vias nervosas que conduzem as sensações ao cérebro causa alterações sensitivas (sintomas sensoriais). Os sintomas iniciais mais comuns são o formigamento, a dormência ou outras sensações peculiares nos membros superiores, nos membros inferiores, no tronco ou na face. O indivíduo pode apresentar perda da força ou da destreza em um membro inferior ou em uma mão. Alguns indivíduos apresentam apenas sintomas oculares e podem apresentar visão dupla, visão borrada ou nublada, cegueira parcial, dor em um dos olhos ou perda da visão central (neurite óptica). Os sintomas iniciais podem incluir alterações emocionais ou mentais. Essas indicações vagas de desmielinização cerebral algumas vezes iniciam muito antes que a doença seja reconhecida. A esclerose múltipla apresenta uma evolução variável e imprevisível. Em muitos indivíduos, a doença começa com um sintoma isolado, seguido por meses ou anos sem outros sintomas. Em outros, os sintomas tornam-se piores e mais generalizados em semanas ou meses. O clima muito quente, um banho de imersão ou uma ducha quente ou mesmo um quadro febril pode piorar os sintomas. A recidiva da doença pode ocorrer espontanteamente ou pode ser desencadeada por uma infecção (p.ex., gripe). Quando as recidivas tornam-se mais freqüentes, a incapacitação piora e pode tornar-se permanente. Apesar da incapacitação, quase todos os indivíduos com esclerose múltipla têm uma expectativa de vida normal.




Sintomas Sensoriais (alterações da sensibilidade)

Dormência Formigamento Outras sensações anormais (disestesias) Distúrbios visuais Dificuldade de atingir o orgasmo, ausência de sensibilidade vaginal, impotência sexual nos homens Tontura ou vertigem.
Sintomas Motores (alterações da função muscular)

Fraqueza, atitude desajeitada Dificuldade de marcha ou de manutenção do equilíbrio Tremor Visão dupla Problemas de controle intestinal ou da bexiga, constipação Rigidez, instabilidade, cansaço anormal.


Diagnóstico
Os médicos consideram a possibilidade de esclerose múltipla em indivíduos jovens que subitamente apresentam visão borrada, visão dupla ou anormalidades motoras e sensoriais em diferentes partes do corpo. O padrão de recidivas e recuperações torna o diagnóstico mais provável. Quando os médicos suspeitam de esclerose múltipla, eles realizam um exame neurológico minucioso durante o exame físico. Os sinais que indicam um funcionamento inadequado do sistema nervoso são os movimentos oculares incoordenados, a fraqueza muscular ou a dormência em diversas partes do corpo. Outros achados, como a inflamação do nervo óptico e o fato dos sintomas surgirem e desaparecerem, permitem o estabelecimento do diagnóstico com razoável certeza. Não existe um exame que por si seja diagnóstico. No entanto, alguns exames laboratoriais podem diferenciar a esclerose múltipla de outros distúrbios com sintomas similares.


Tratamento


O beta-interferon injetável, um tratamento relativamente novo, reduz a freqüência das recidivas. Outros tratamentos promissores ainda sob investigação incluem outros interferons, a mielina oral e o copolímero 1, os quais ajudam a evitar que o corpo ataque sua própria mielina. Os benefícios da plasmaferése e de gamaglobulinas intravenosas ainda não foram estabelecidos e esses tratamentos não são práticos para uma terapia de longa duração. Há décadas, os corticosteróides, como a prednisona tomada pela via oral ou a metilprednisolona administrada pela via intravenosa, durante períodos curtos para aliviar os sintomas agudos têm sido a principal forma de terapia. Apesar deles poderem reduzir a duração dos episódios, esses medicamentos não impedem a incapacitação progressiva a longo prazo. Os benefícios dos corticosteróides podem ser superados pelos muitos efeitos colaterais que essas drogas podem causar quando utilizadas prolongadamente (aumento da susceptibilidade à infecção, diabetes, aumento de peso, fadiga, osteoporose e úlceras).
Outras terapias imunossupressoras, como a azatioprina, a ciclofosfamida, a ciclosporina e a irradiação total do sistema linfóide, não demonstraram ser úteis e podem causar complicações significativas. Freqüentemente, os indivíduos com esclerose múltipla podem ter uma vida ativa, embora eles possam cansar-se facilmente e possam não conseguir cumprir um esquema muito exigente. A prática de exercícios regulares (pedalar uma bicicleta ergométrica, caminhar, nadar ou realizar alongamento) reduz a espasticidade e ajuda a manter a saúde cardiovascular, muscular e psicológica. A fisioterapia pode ajudar na manutenção do equilíbrio, na capacidade de deambulação e na amplitude dos movimentos e pode reduzir a a espasticidade e a fraqueza. Os nervos que controlam a micção ou a evacuação também podem ser afetados, levando à incontinência ou à retenção urinária ou fecal. Muitos indivíduos aprendem como passar uma sonda vesical para esvaziar a bexiga e iniciam um programa terapêutico com o uso de emolientes fecais ou laxantes para auxiliar a evacuação. Aqueles que se tornam fracos e aqueles incapazes de se movimentar com facilidade podem apresentar úlceras de decúbito e, por essa razão, eles e os responsáveis por seus cuidados devem tomar um cuidado especial para evitar esse tipo de lesão cutânea.

O médico pode realizar uma punção lombar (punção espinhal) para coletar uma amostra de líquido cefalorraquidiano. Os indivíduos com esclerose múltipla tendem a apresentar uma quantidade um pouco mais elevada de leucócitos e uma concentração discretamente mais elevada de proteínas do que o normal no líquido cefalorraquidiano. A concentração de anticorpos no líquido cefalorraquidiano pode ser elevada e tipos específicos de anticorpos e outras substâncias estão presentes em até 90% dos indivíduos com esclerose múltipla. A ressonância magnética (RM) é a técnica mais sensível de diagnóstico por imagem, podendo revelar áreas desmielinizadas do cérebro. A ressonância magnética pode inclusive diferenciar áreas de desmielinização ativa e recente de outras mais antigas ocorridas tempos atrás. Os potenciais evocados são um tipo de exame que registra as respostas elétricas no cérebro quando os nervos são estimulados. Por exemplo, o cérebro normalmente responde a uma luz cintilante ou a um ruído com padrões característicos de atividade elétrica. Nos indivíduos com esclerose múltipla, a resposta pode ser mais lenta porque a condução dos sinais ao longo de fibras nervosas desmielinizadas encontra- se comprometida.

3 de abr. de 2009

Botox para incontinência urinária

Matéria Publicada no Portal Unimed/JP




Em uma viagem de carro de Campina a João Pessoa, meu marido Marcus até já sabe: a toda hora tenho de parar para ir ao banheiro. Ele fica furioso, mas sei que não é culpa minha”. O depoimento é de Eliana, 50 anos.


Muitos poderiam achar isso normal, alguns pensam que essa vontade de urinar a todo o instante não passa de “mania” ou ainda que é uma questão “psicológica”. Se a coisa acontecer esporadicamente e estiver ligada a uma maior ingestão de líquidos naquele período, por exemplo, não há motivos para preocupações. Todavia, se o fato se repetir constantemente, a ponto de incomodar e prejudicar a vida da pessoa, aí temos um problema. E o nome dele é Síndrome da Bexiga Hiperativa, uma alteração funcional da bexiga, que sofre contrações involuntárias, ou seja, “fora de hora”, fazendo com que se sinta uma vontade urgente e repentina de urinar a todo o momento, muitas vezes ocorrendo até perdas urinárias.


Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia, cerca de quatro milhões de pessoas no Brasil sofrem com esta Síndrome. O problema é mais comum acima dos 45 anos, mas homens e mulheres de todas as idades - inclusive crianças - estão sujeitos a ele. O sexo feminino, porém, é o mais atingido. Sua origem pode estar relacionada a doenças neurológicas ou simplesmente ser de causa desconhecida.


Nos últimos anos, têm surgido, na Medicina, diversos empregos para a toxina botulinica, mais conhecida como Botox. Na Urologia, especialidade que trata do aparelho genital masculino e do aparelho urinário, tanto de homens quanto de MULHERES, não tem sido diferente, e o seu uso vem sendo propagado há algum tempo em pacientes com incontinência urinária.


As medidas convencionais mais utilizadas até hoje são – (1) Controle da Dieta, (2) Manter a regularidade do funcionamento do intestino, (3) Manter um peso corporal adequado, (4) Abandonar o cigarro, (5) Evitar líquidos que sejam irritantes para a bexiga, (6) Uso de Medicações que tentam controlar a bexiga – mas que infelizmente causam muitos efeitos colaterais e fazem com que a maioria dos pacientes abandonem o tratamento.


Estudos sérios recentes mostraram que a toxina botulinica injetada dentro da bexiga, sob anestesia local, consegue fazer com que esses pacientes tenham suas bexigas “acalmadas” e, por conseqüência, os sintomas de perda de urina e de urinar diversas vezes ao dia desapareçam por completo. O inconveniente maior ainda é o custo da medicação e do procedimento. Outro ponto crucial é que a toxina tem um limite quanto ao tempo de ação e necessita ser reaplicada dentro de 6 meses a 1 ano. Todavia, de maneira geral, temos mais uma opção muito eficaz e segura para tratar estes pacientes.


Leandro Tavares, urologista, CRM 4633 
Fonte:

http://www.unimedjp.com.br/canais/saudeebemestar/informacoes/ver-consultorio-medico.php?id=327

2 de abr. de 2009

Células-tronco podem curar a surdez, mostra pesquisa

Matéria Publicada em: 01/04/2009
LONDRES (Reuters) - As células-tronco podem ajudar pessoas surdas a recuperar a audição, segundo uma pesquisa britânica ainda em estágio inicial.
Uma equipe da Universidade de Sheffield anunciou na quinta-feira a descoberta de como fazer as células-tronco se comportarem como células sensoriais ciliadas, ou neurônios auditivos, que poderiam então ser cirurgicamente implantadas no ouvido para restaurar a audição perdida.
O pesquisador Marcelo Rivolta disse que essa abordagem, que está sendo testada em animais, tem um potencial significativo, mas ainda falta muito para ser oferecido a pacientes.
"Vai levar vários anos antes que estejamos em condição de começar a fazer testes em humanos", disse ele por telefone.
As células que captam os sons só podem ser criadas no ventre, o que significa que não há como restaurá-las quando danificadas, o que resulta em perda permanente da audição.
Mas essa situação pode ser dramaticamente alterada pelo uso das células-tronco - "manuais de instrução" capazes de dar origem a qualquer tecido ou órgão do corpo - para gerar esse tipo de célula em laboratório..
A pesquisa segue os passos de um outro grupo britânico que, num trabalho mais avançado no campo oftalmológico, pretende realizar em 2010 ou 11 os primeiros testes clínicos com células-tronco para o tratamento da degeneração macular, uma causa frequente da cegueira em idosos.
Os médicos esperam no futuro usar as células-tronco para tratar diversas doenças, como o mal de Parkinson, a diabete e o câncer. Mas abordagens localizadas para os olhos ou ouvidos podem ser um promissor primeiro passo, já que há menos células envolvidas.
Rivolta e seus colegas usaram células-tronco fetais, embora também estejam investigando o potencial de células-tronco embrionárias e adultas.
Estudos em laboratório mostram que as novas células derivadas do tecido fetal se comportaram e funcionaram como as células normais em ouvidos em desenvolvimento.
"Esta pesquisa é incrivelmente promissora e abre possibilidades excitantes ao nos deixar mais próximos de restaurar a audição no futuro", afirmou Ralph Holme, diretor de pesquisas biomédicas do Real Instituto Nacional para os Surdos da Grã-Bretanha, que participou do financiamento da pesquisa.
Detalhes da pesquisa foram publicados na revista Stem Cells e devem ser apresentados na semana que vem numa conferência em Oxford.

Fonte:
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