30 de abr. de 2010

Terapia com vitamina D pode actuar como quimioterapia natural

Matéria publicada em: 30/04/2010

Um trabalho desenvolvido pela Universidade de Guelph, no Canadá, mostra que a acção anticancerígena da vitamina D pode ser útil no desenvolvimento de uma “quimioterapia natural”, avança o site Ciência Diária.

A diminuição da actividade de uma proteína chamada MARRS, um receptor para a sinalização da vitamina D, faz com que a célula cancerosa se torne hipersensível ao nutriente, tornando-se mais frágil. A manipulação destes níveis pode modificar a forma como as células de tumor se dividem, tornando-as alvos fáceis para tratamentos.

“Parece que a diminuição da MARRS traz benefícios terapêuticos no cancro da mama quando usamos a vitamina D”, explica Kelly Meckling, envolvida no trabalho.

“Tumores com queda da MARRS crescem mais rápido do que os tumores que têm índices normais. Mas quando se inicia a terapia de vitamina D como agente anti-tumoral, as células tumorais morrem muito rapidamente”, acrescenta.

A vitamina D, um nutriente essencial para a saúde dos ossos, também está associada a uma protecção maior contra a esclerose múltipla.

O estudo actual mostra que a MARRS desempenha realmente um papel fundamental na determinação do destino das células, podendo ser usada como uma terapia não somente para o cancro, mas também em doenças como o Alzheimer, Parkinson e psoríase.
 

Sequênciado pela primeira vez genoma de anfíbio

Matéria publicada em: 30/04/2010

Rã partilha 1700 genes com o ser humano e pode ajudar a perceber desenvolvimento de doenças






Rã africana foi o primeiro anfíbio a ter a sequência genética desvendada


Pela primeira vez um grupo de investigadores conseguiu sequenciar o genoma de um anfíbio. Trata-se de uma espécie de rã africana, a Xenopus tropicalis, uma das mais utilizadas em laboratório e que se junta à lista de mais de 175 organismos, desde a mosca da fruta ao ser humano, cujo mapa genético foi quase totalmente desvendado.

O animal tem até 21 mil genes − quase tanto como o ser humano. A descoberta pode dar lugar a avanços importantes no estudo da saúde humana, já que o batráquio comparte connosco 1700 genes relacionados com doenças como o cancro, a asma ou patologias coronárias.


O estudo, publicado na Science, poderá ainda ajudar a compreender as causas da grande mortalidade de anfíbios em todo o mundo.


A sequência do genoma do Xenopus tropicalis é resultado do esforço conjunto de investigadores de vinte instituições científicas de todo o mundo, dirigidos por Uffe Hellsten, do Joint Genome Institute em Walnut Creek, na Califórnia.

O genoma desta rã, que vive nos charcos da África subsariana, é composto por mais de 1,7 mil milhões de bases químicas implantadas em dez cromossomas. Tem entre 20 e 21 mil genes, quase tanto como os humanos, cuja sequência é composta por 23 mil.

Rã partilha 1700 genes com o ser humano
As descobertas baseiam-se no DNA de apenas uma rã africana. Este material foi dividido em pequenas partes que multiplicaram muitas vezes para serem enviadas para os laboratórios de todo o mundo.

“É um grande avanço. Agora começa o verdadeiro trabalho: compreender como e quando os genes são activados e como funcionam durante o desenvolvimento de uma doença”, explica Jacques Robert, investigador de imunologia da Universidade do Rochester Medical Center. A equipa identificou as regiões do genoma da rã onde os genes estão ispostos quase do mesmo modo que no ser humano e na galinha.


Genoma ancestral

Estas zonas comuns são essencialmente fragmentos de um genoma antigo que o homem e a rã compartilharam nas primeiras etapas do desenvolvimento, que remonta ao tempo anterior em que tomaram caminhos distintos − há 360 milhões de anos – o último antepassado comum de todos os mamíferos, aves, rãs, salamandras e dinossauros que alguma vez viveram no planeta.

Já que os cientistas tentam compreender como funcionam os grupos de genes, esta investigação pode dar resposta a muitas dúvidas sobre o desenvolvimento de doenças cardíacas ou do cancro. Também poderá avançar com o conhecimento acerca do sistema imunológico e ajudar milhões de pessoas com Asma, Lúpus, Esclerose Múltipla, Artrite Reumatóide, Cancro ou Alzheimer.

29 de abr. de 2010

Esclerose Múltipla pode estar mais relacionada com fatores externos do que genéticos

Matéria publicada em: 29/04/2010

Cientistas americanos investigaram origem da doença em gêmeos



  Um novo estudo financiado pelo Instituto Nacional de Saúde (NIH) dos EUAsugere que a Esclerose Múltipla, doença auto-imune que ataca o sistema nervoso central, pode estar muito mais associada ao ambiente do que características genéticas.

Os investigadores analisaram gêmeos idênticos para procurar pistas que expliquem por que razão gêmeos verdadeiros - formados a partir de um único óvulo - podem possuir grandes diferenças genéticas.

Embora se saiba que gêmeos verdadeiros podem apresentar diferenças genéticas subtis, já foi comprovado que o risco de um deles desenvolver determinada doença, se o outro já a desenvolveu, é 25 por cento maior, percentagem que indica um forte componente genético. 

Entretanto, há também espaço para factores ambientais de risco, sendo que os resultados da investigação foram incapazes de mostrar uma causa genética para o problema.

Análises do genoma mostraram que os gêmeos podem possuir diferenças surpreendentes, embora nenhuma delas esteja relacionada com a Esclerose Múltipla. “Encontramos muitos casos em que um desequilíbrio alélico [situação em que um membro – alelo - de um par de genes está perdido ou amplificado] foi maior num dos gêmeos do que no outro”, ressalta Sergio Barazinan, da Universidade da Califórnia, acrescentando que “estas diferenças foram inesperadas e é provável que sejam de interesse em estudos futuros com gêmeos, se o foco for a Esclerose Múltipla ou outras doenças”.

De acordo com Ursula Ult, directora do programa de desordens neurológicas do NIH,  
“até agora, isto representa a análise mais completa do genoma de gêmeos com a doença auto-imune”, explica, revelando que os resultados são “interessantes” não só para a Esclerose Múltipla, mas para todos os estudos que dependem de gêmeos para investigar o que é inato e o que é adquirido em doenças complexas.

Outra teoria bastante discutida atualmente é a de que a Esclerose Múltipla pode ser desencadeada por uma infecção viral, causando reações imunológicas exageradas do corpo. 

Como cada pessoa apresenta um código genético único, algumas pessoas podem estar mais propensas ao problema.


Fonte: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=42113&op=all#cont













Saúde retomará fornecimento de remédios de alto custo




Matéria publicada em: 28/04/2010

O secretário da Saúde, Telmo Mesquita, anunciou que será resolvido dentro de 15 dias o problema da interrupção no fornecimento de alguns medicamentos de alto custo. A informação foi transmitida na noite dessa terça-feira, 27, durante reunião do secretário com vários vereadores da Câmara Municipal de Teresina. Telmo Mesquita garantiu que os medicamentos estarão disponíveis aos pacientes com a máxima urgência.



Segundo o secretário, o Governo do Estado já tomou as providências para adquirir os medicamentos em falta, inclusive preparando os respectivos processos burocráticos. Telmo Mesquita acrescentou que estão prontos os empenhos dos recursos necessários à aquisição desses remédios. Ele assegurou ainda que vai trabalhar para que não ocorram novas interrupções no fornecimento dos medicamentos, principalmente para transplantados e doentes renais crônicos.

Nesse sentido, o governador Wilson Martins e o secretário da Fazenda, Antônio Silvano Alencar, terão um encontro com Telmo Mesquita para discutir o assunto e encontrar solução cabível no sentido de manter um estoque regulador, evitando a repetição do problema. A Secretaria da Saúde cadastrou 14.506 pacientes na Farmácia de Medicamentos de Alto Custo, mas enfrenta dificuldades no sentido de dispor de todos os remédios demandados pelos pacientes.

Remédios em falta

O órgão informou que quatro tipos de medicamentos para transplantados renais estão sendo fornecidos regularmente - Azatioprina, Micofenolato de Mofetila, Micofenolato de Sódio e Tacrolimo. Os medicamentos Ciclosporina e Mofetil, indicados para patologias renais crônicas, não estão sendo fornecidos porque não constam na lista de medicamentos do Sistema Único de Saúde (SUS). Anteriormente, esses remédios eram autorizados e fornecidos por demanda administrativa.

A Secretaria da Saúde divulgou ainda que, por recomendação do Conselho Nacional de Secretários de Saúde e do Ministério Público, a Portaria 005/10 impede ao gestor autorizar esses medicamentos. Para que os pacientes possam recebê-los é necessário ingressar no Ministério Público, de modo a serem fornecidos por determinação judicial ou recomendação do Ministério Público.

A Secretaria da Saúde informou que outros 13 remédios estão em falta na Farmácia de Medicamentos de Alto Custo. São psicotrópicos para pacientes com Alzheimer, Parkinson, Esclerose Múltipla, Neutropenia, Epilepsia e Acne. Isso ocorre devido a problemas relacionados aos fornecedores e que já estão sendo equacionados pelo Governo do Estado, afirmou Telmo Mesquita durante a reunião com a comissão de vereadores teresinenses.

Comissão da Câmara

Participaram do encontro os vereadores Teresa Brito, Edvaldo Marques, Rodrigo Martins e José Pessoa Leal, o Dr. Pessoa, e ainda o presidente da Associação dos Pacientes Renais Crônicos, Ozias Lima.

Incontinência urinária tem tratamento.

Matéria publicada em: 28/04/2010

Segundo a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU), a Incontinência Urinária afeta 1 em cada 25 pessoas no Brasil. 

O problema, caracterizado pela perda involuntária de urina, prejudica a qualidade de vida e o convívio social, além de alterar significantemente a rotina diária dos portadores da doença. 

No entanto, dos milhões de brasileiros que sofrem diariamente com os sintomas da Incontinência Urinária, poucos procuram orientação médica, muitas vezes por vergonha.

O programa Saúde em Destaque na Web entrevistou o especialista em urologia pela Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), Dr. José Carlos Truzzi. 

Ele destaca que o tratamento deve ser individualizado para cada tipo de incontinência, e conforme o diagnóstico apresentado por cada paciente. 

Opções como fisioterapia pélvica, terapia comportamental e medicamentos podem ser utilizadas como medidas iniciais.

Uma alternativa a essas medidas é a aplicação de Toxina Botulínica Tipo A, como opção eficaz e segura para o tratamento da Incontinência Urinária causada pela Bexiga Hiperativa. 

"Aprovada pela ANVISA há um ano, essa opção de tratamento tem ganhado importante aderência pelos urologistas, graças aos resultados muito favoráveis que tem apresentado", acrescenta Dr. Truzzi.

27 de abr. de 2010

Aposentados portadores de doenças graves estão isentos de pagar IR

Matéria Publicada em: 26/04/2010

A 2ª Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) reafirmou que aposentados e pensionistas que sofrem de doenças graves, como o câncer, estão isentos do pagamento do Imposto de Renda (IR) sobre as aposentadorias e pensões, mesmo que não haja a manifestação de sintomas recentes da moléstia.

Saiba tudo sobre a declaração do IR no especial do Pernambuco.com

A decisão está amparada na Lei 7.713, de dezembro de 1988 (alterada em 2004), que estabelece a isenção do IR dos proventos resultantes de aposentadoria ou reforma pagos a portadores de moléstia profissional, tuberculose ativa, alienação mental, esclerose múltipla, neoplasia maligna, cegueira, hanseníase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids), mesmo quando a doença tenha sido contraída após a aposentadoria ou reforma.
Ao julgar um recurso especial apresentado pela Procuradoria do Distrito Federal contra uma decisão do Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), o STJ determinou não ser necessária a indicação de data de validade do laudo pericial com o diagnóstico da doença do aposentado ou pensionista.
O governo do DF questionou uma decisão do TJDFT que reconheceu o direito à isenção do IR para um militar da reserva diagnosticado com câncer após deixar o serviço ativo.
A ministra relatora do processo, Eliana Calmon, ressaltou o entendimento do STJ de que, em casos de neoplasia maligna, para que o doente tenha direito à isenção do imposto, não é exigida a demonstração da presença de sintomas, a indicação de validade do laudo pericial ou a comprovação de recaída do paciente.
Para obter a isenção do IR, o portador de uma das doenças citadas na lei deve apresentar o requerimento fornecido pela Receita Federal ao órgão pagador da aposentadoria ou pensão.
A doença deve ser comprovada por meio de laudo emitido por serviço médico oficial da União, estados ou municípios.

21 de abr. de 2010

Um embrião com três pais

Matéria Publicada em: 19/04/2010

Duas mulheres e um homem envolvidos na concepção podem ajudar a evitar doenças


A última descoberta da fecundação in vitro é o transplante de DNA − uma técnica que utiliza óvulos de duas mulheres e esperma de um homem para conceber embriões sem doenças graves.

Para ter um filho saudável pode não bastar apenas um óvulo e um espermatozóide.
Nas famílias em que há incapacidades como a Distrofia Muscular ou a Ataxia Cerebral, de geração em geração, a solução poderia passar por submeter-se a um novo procedimento que permite eliminar essa herança imperfeita em laboratório.

Cientistas da Universidade de Newcastle, no Reino Unido, demonstraram que é possível criar embriões humanos saudáveis a partir de material genético de duas mulheres e um homem. A investigação, publicada na mais recente edição da Nature, poderá estar disponível nas clínicas de reprodução assistida dentro de três anos.

A técnica foi pensada para evitar a transmissão de doenças mitocondriais, um grupo de 150 patologias não muito frequentes, mas devastadoras. São doenças que causam demência, cegueira, distúrbios no sistema nervoso e nos órgãos vitais como no coração ou nos rins. Transmitem-se por via materna, através do DNA que existe nas mitocôndrias, fora do núcleo do óvulo.

Estas estruturas estão em todas as células do organismo, excepto no sangue. As mitocôndrias são responsáveis pela produção da energia necessária à vida. Uma característica única destes organelos celulares é que o seu próprio DNA é procedente da mãe.
 
Para evitar a transmissão dessa carga genética, que pode transportar doenças, a nova técnica baseia-se num “transplante de mitocôndrias” ao embrião. Através da fecundação in vitro, extraem-se os núcleos dos espermatozóides do pai e o óvulo da mãe, que contêm o DNA dos pais, onde as mitocôndrias defeituosas não entram. Os núcleos são implantados posteriormente no óvulo de uma mulher saudável, sem o núcleo mas com as suas mitocôndrias.


Mudar a bateria


"O que fazemos é como mudar a bateria de um computador. Com a entrada de energia necessária, funciona correctamente e a informação do disco duro não se altera”, explica Doug Turnbull, responsável pela investigação.

As mitocôndrias não levam informação genética que define as características de uma pessoa. Deste modo, os bebés que nasçam através deste procedimento vão ser parecidos com os seus pais ‘reais’. Na sua concepção tiveram elementos genéticos de três pessoas, mas apenas o DNA nuclear dos seus pais terá influência na sua aparência física e noutras características gerais.

Com este processo, já se criaram 80 embriões viáveis que não se implantaram em nenhuma mulher. Mantiveram-se com vida em laboratório durante oito dias, até que alcançaram o estágio blastócito. Entretanto foram destruídos, como manda a legislação britânica.

A técnica não deixa de ser polémica porque supõe a manipulação do embrião e contém genes de três progenitores: do pai, da mãe mais um pequena adição de DNA mitocôndrial da doadora.

Fonte: http://www.cienciahoje.pt/index.php?oid=41791&op=all#cont

17 de abr. de 2010

Células-tronco ajudam a tratar Diabetes e Esclerose Múltipla



Médicos também pesquisam a capacidade que elas teriam de regular o sistema imunológico a ponto de evitar a rejeição.






"Ele não calçava a sandália, não amarrava o tênis, não calçava meia. Mesmo a roupa, ele Não vestia, não tomava banho sozinho. Agora, não. Agora, ele fala: ?não, mãe. Agora, não. Eu já posso fazer sozinho?", conta Maria de Lurdes Marques, mãe de Diego.


O jovem não conseguia mais andar sozinho. Já a estudante de economia Tatiana Acar, quanto mais comia, mais emagrecia. "Eu estava com muita sede. Eu saía no meio da rua, tinha que parar para beber água, tomar um suco. Eu nem reparava, não sabia nada desses sintomas. Só reparava que estava emagrecendo muito."


No caso de Tatiana, era diabetes tipo 1. Diego desenvolveu esclerose múltipla, de uma hora para outra. O que os dois têm em comum é a equipe médica, um grupo de Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, pioneiro na pesquisa de células-tronco para o tratamento de doenças auto-imunes.


O hematologista Júlio Voltarelli, da Universidade de São Paulo (USP), comanda vários grupos de pesquisa que os cientistas chamam de protocolos. O de Diego é desenvolvido em parceria com duas universidades fora do país: uma do Canadá e outra dos Estados Unidos.


"O Diego foi sorteado para o transplante, fez o transplante e faz dois meses e ele não está tendo surto. Vejo esse resultado extremamente positivo. É claro que a gente tem que seguir o paciente durante vários anos, mas inicialmente um paciente que está tendo surtos a cada 15 dias, faz o procedimento e para de ter surtos, a gente fica otimista", afirma Júlio Voltarelli.


Depois de muita pesquisa, os médicos já sabem que o efeito das células-tronco é mais promissor, quando a doença ainda está no começo.


"Aqueles outros que já estão na fase progressiva já têm sequelas. E esses pacientes na fase precoce não têm sequelas. Então, o transplante interrompendo o surto, leva o paciente a ter uma vida praticamente normal. Esse é o objetivo desse projeto novo", explica o hematologista.


Diego e Tatiana estão muito contentes com o resultado, mas, nem por isso esquecem como foi difícil aceitar a idéia de se tornar uma ?cobaia? humana. "Eu ficava na dúvida, mas ao mesmo tempo eu falava: ?já não tenho mais injeção, já estou na última, não tive melhora nenhuma. Então, melhor eu fazer o transplante mesmo?", declara Diego.


Para Tatiana também, era arriscar ou passar a vida sofrendo restrições alimentares e tomando altas doses de insulina diariamente. "Minha cabeça ficou fervendo. Eu não conseguia pensar em mais nada. Eu fui à minha médica de novo para saber o que ela achava, mas ninguém podia falar nada, é uma coisa muito séria para você dar uma opinião que pode mudar a sua vida completamente", conta a jovem.


E ainda tinha que escolher entre dois protocolos de pesquisa: o mais usado, com quimioterapia para zerar o sistema imunológico - o que sempre representa um risco para o paciente - e a novíssima experiência com células-tronco mesenquimais, que acabou sendo a opção de Tatiana.


"O protocolo são oito infusões, e eu já fiz essas oito. Então, eu estou em avaliação, mas eles também querem que eu faça mais, porque eles estão vendo que está tendo resultado, porque está baixando a dose. Então, se eu fizer mais, de repente vou poder baixar ainda mais as doses e parar de tomar a insulina", revela a jovem.


As células-tronco mesenquimais existem em vários tecidos como na gordura e na parede dos vasos. Além do poder de regeneração, os médicos também pesquisam a capacidade que elas teriam de regular o sistema imunológico a ponto de evitar a rejeição.


"O que nós fazemos é retirar da medula óssea e pode ser retirada de outros tecidos, mas no nosso projeto é da medula óssea. E a gente injeta a célula no paciente sem a quimioterapia. Essa que é a grande vantagem", explica o hematologista Júlio Voltarelli, USP.


A irmã gêmea de Tatiana, que doou a medula para a irmã, acabou ganhando destaque no grupo de pesquisa, porque a quantidade de células mesenquimais que se reproduziram em laboratório surpreendeu os médicos.


"Geralmente, quem doava era pai. Como eu sou uma pessoa mais nova, a tendência é ela se reproduzir mais. Então, a minha irmã fez oito infusões e, como sobraram bastantes células, eles pediram para eu doar para outro paciente", diz Juliana que aceitou doar mais células


É uma revolução em curso. Para ver o que acontecia no organismo de Tatiana, os médicos fizeram uma cintilografia, e essa imagem rara entrou para a história. A expectativa era ver as células-tronco concentradas no pâncreas, o órgão que mais sofre com o diabetes.


Mas elas aparecem mais nos rins e principalmente nos pulmões. É que Tatiana tem asma e a inflamação provocada pela doença pode ter atraído as células-tronco que tem uma vocação anti-inflamatória.


"É isso o que a gente está fazendo: tentando entender esses mecanismos de como a célula mesenquimal estimula outra célula para ela se diferenciar e ter a capacidade de regenerar o tecido", aponta a bióloga Maristela Orellana, da USP.


"Isso agora vai demandar um estudo muito grande, onde nós vamos comparar células-tronco de diferentes fontes, de cordão umbilical, de tecido adiposo, de polpa dentária, de sangue menstrual, e ver qual é a vocação de cada uma para formar tecido. E isso vai ser um passo importante para a gente poder usar em futuras terapias", declara a geneticista Mayana Zatz, da USP.




Epstein-Barr pode não estar relacionado com esclerose múltipla

Matéria publicada em: 16/04/2010





Embora alguns estudos tenham identificado uma ligação entre a infecção pelo vírus Epstein-Barr e o risco aumentado de Esclerose Múltipla, uma nova investigação questiona o papel do vírus no desenvolvimento da doença, avança o site Tribuna Médica Press.

Num artigo publicado no jornal Neurology, os investigadores explicam que análises ao fluido espinal e aos tecidos cerebrais de pessoas com Esclerose Múltipla não revelaram material genético do Epstein-Barr.

Esta ausência, defendem, indica que o vírus não está directamente envolvido no processo da doença.

O Epstein-Barr é um herpesvírus extremamente comum, que provoca mononucleose em algumas pessoas. Estima-se que cerca de 95% da população mundial entre em contacto com este vírus.

Alguns estudos epidemiológicos revelaram que as pessoas com níveis elevados de anticorpos para o Epstein-Barr – o que indica uma resposta imunológica mais elevada à infecção – podem ter um risco mais alto de Esclerose Múltipla.

Esta relação, contudo, não prova que o vírus contribui directamente para o desenvolvimento da doença, defendem os autores.

15 de abr. de 2010

Novo tratamento com Ampyra será administrado para esclerose múltipla avançada

Matéria Publicada em 14/04/2010

Droga melhora funções sensoriais e motoras, oferecendo um aumento na velocidade de locomoção dos pacientes.


Droga desenvolvida pela Universidade McMaster oferece nova esperança para portadores de Esclerose Múltipla avançada. A Ampyra (dalfampridine nome genérico) foi aprovada na semana passada pelo E.U. Food and Drug Administration. Segundo Robert Hansebout, neurocirurgião e responsável pela pesquisa, a droga apresentou melhoraras nas funções sensoriais e motoras, oferecendo um aumento na velocidade de locomoção dos pacientes.

"Por mais de 30 anos minha pesquisa tem se dedicado a melhorar a qualidade de vida das pessoas com lesão da medula espinhal. Ampyra é o primeiro produto que vem para o mercado que realiza esta meta ilusória", diz Hansebout.

O médico afirma que a Ampyra irá reforçar a independência de um número significativo de pessoas em todo o mundo que sofreram danos à medula espinhal, devido à Esclerose Múltipla. Pretendendo futuramente, estender os benefícios para as pessoas com lesão medular.

"A investigação não é imediatamente gratificante, mas com perseverança, pode melhorar a vida das pessoas", disse Mo Elbestawi, vice-presidente de pesquisa e assuntos internacionais de McMaster University.




Genzyme apresenta dados positivos de estudo de fármaco para esclerose múltipla

Matéria Publicada em: 15/04/2010

Novos dados de um estudo clínico apresentados quarta-feira num encontro da American Academy of Neurology revelam que 71% dos doentes com Esclerose Múltipla a tomar o fármaco da Genzyme para a leucemia linfocítica crónica Campath® (alemtuzumab) ficaram livres da doença clinicamente activa em até três anos pós-tratamento, em comparação com 35% dos doentes tratados com Rebif® da Merck KGaA (interferon beta-1a), avança o site FirstWord.

Comentando o estudo, cujos resultados provisórios foram publicados em 2008 no NEJM, o investigador Omar Khan disse que "esses dados iniciais podem definir um novo patamar para os resultados clínicos na Esclerose Múltipla".

No ensaio de Fase II CAMMS223, 334 doentes com Esclerose Múltipla reincidente-remitente foram randomizados para receber uma de duas doses de Campath® dada em dois ou três ciclos anuais de cinco dias ou Rebif® dada três vezes por semana durante três anos.
Depois de quatro anos, 91% dos 122 doentes que tomam Campath® não experimentaram o desenvolvimento de incapacidades por doença, em comparação com 68% dos 36 doentes a tomar Rebif®.

Além disso, 77 por cento dos% que receberam Campath® permaneceram livres de recorrência, em comparação com 49% dos doentes no grupo a tomar Rebif®.

Estatinas podem conter avanço da esclerose múltipla após primeiro surto

Matéria Publicada em: 15/04/2010

 


As estatinas parecem ter um impacto na progressão da Esclerose Múltipla, de acordo com investigadores da Universidade da Califórnia em São Francisco, nos EUA. Um estudo envolvendo apenas 81 participantes revela que o fármaco redutor de colesterol também diminui a incidência de lesões cerebrais no cérebro dos doentes no início da doença, avança o site Ciência Diária.

Ao longo de 12 meses, 55,3% dos doentes que sofreram o primeiro ataque e imediatamente começaram o tratamento com doses diárias de 80 miligramas de atorvastatina (comercializada pelo laboratório Pfizer como Lipitor®) não desenvolveram nenhuma nova lesão cerebral, ao passo que 27,6% do grupo placebo tiveram algum novo dano cerebral.

“Os nossos dados são preliminares, e precisamos de um estudo maior para confirmar os efeitos do fármaco e da sua magnitude.
É importante entendermos o impacto das estatinas na progressão da Esclerose Múltipla para melhor informar os médicos e doentes sobre os efeitos, uma vez que esses fármacos são muito usados nos EUA e no mundo, além de saber se eles podem ser usados como uma terapia oral relativamente barata para conter o avanço da doença”.


A Esclerose Múltipla é considerada uma doença auto-imune em que células imunológicas atacam o sistema nervoso central.
Os nervos são feitos de axónios (fibras neurais) circundados por uma bainha de mielina.
A doença ocorre quando o sistema imunológico passa a atacar esse local, deixando cicatrizes ou lesões nas áreas de desmielinização do cérebro e medula espinhal.
O dano causado à mielina interrompe a habilidade dos nervos de transmitirem informações às células nervosas, resultando em deficiência neurológica.


13 de abr. de 2010

Vacina que não dói tem entre 100 e 300 microagulhas

Matéria publicada em 12/04/2010

Criação de japoneses evita contato com terminações nervosas.




Remédio solidificado fica na forma da ponta da agulha e se dissolve.

A Universidade Farmacêutica de Kyoto, no Japão, está desenvolvendo uma injeção que não dói. Para quem tem medo, pode parecer assustador: em vez de uma agulha, são usadas de cem a trezentas, conforme o remédio injetado. Mas são tão pequenas que não atingem as terminações nervosas, portanto não causam dor. Elas ficam presas a um disco, do tamanho de uma moeda. O método também não usa seringa.



As microagulhas desenvolvidas pela equipe do professor Kanji Takada tem meio milímetro de altura. A metade superior é formada pelo remédio solidificado, que fica na forma da ponta da agulha. Quando elas são injetadas, o remédio se dissolve e penetra no organismo.
Cientistas conseguem produzir vacina que não precisa de refrigeração


Os pesquisadores garantem que não dói. Então, a reportagem do Jornal Nacional se submeteu a um teste. O disco precisa ficar grudado à pele de 1 a 3 minutos. De fato, não se sente nada. A sensação é como se houvesse uma lixa bem fina sobre a pele. Fica apenas uma pequena marca.

Nos testes com um corante azul, a pele do voluntário ficou cheia de pontinhos. Aos poucos o corante foi se dissolvendo e, 24 horas depois, não havia mais nenhum vestígio.

Segundo os pesquisadores, ainda não foram injetados medicamentos em humanos – isso começa a ser feito até o ano que vem. Mas nos testes em animais, a agulha se mostrou eficiente para injetar insulina e remédios para câncer.

Teoricamente, a agulha pode ser usada para quase todos os remédios e vacinas, com exceção daqueles que precisam ser aplicados em grande quantidade e de uma vez só. Há outra vantagem: o disco não entra em contato com o sangue e é feito de material biodegradável. Pode ser jogado no lixo comum sem o risco de contaminação.

7 de abr. de 2010

Arranca Fase III de novo estudo comparativo entre tratamentos para Esclerose Múltipla






Matéria Publicada em: 06/04/2010



A Biogen Idec e a Elan Corporation plc anunciaram no início do mês o arranque da fase III b SURPASS, um ensaio aleatorizado, com ocultação para o avaliador, controlado e desenhado para avaliar a mudança do tratamento com acetato de glatirâmero ou com (interferão beta-1a sc) para o Tysabri® (natalizumab), em pessoas com esclerose múltipla (EM), avançam as companhias em comunicado. 
Prevê-se que o estudo SURPASS envolva 1800 doentes de 27 países, incluindo Portugal, e forneça dados comparativos em relação a diferentes opções de tratamento para doentes que apresentam actividade da doença apesar do tratamento.

“Apesar de medicados, muitos doentes com EM acabam por ver a sua doença progredir, o que resulta numa perda de capacidade física e danos permanentes ao nível do sistema nervoso central”, declarou Richard Rudick, presidente do comité executivo do SURPASS e director do Centro Mellen para o Tratamento e Investigação da Esclerose Múltipla da Cleveland Clinic. 

“Actualmente, há poucos dados para sustentar as decisões de mudança de tratamento nas pessoas que, mesmo sob medicação, apresentam actividade da doença. Por isso, o objectivo do estudo SURPASS é o de fornecer dados para que os médicos possam afinar as suas decisões e melhorar os resultados nos doentes com EM”, completou, justificando, assim, a importância do estudo.

Um número significativo de doentes com EM continua a ter surtos e a ver a sua doença progredir, apesar do tratamento com imunomoduladores, tais como o acetato de glatirâmero e o interferão beta 1a sc. O estudo SURPASS, um ensaio clínico de grandes dimensões, controlado, irá avaliar a mudança para Tysabri®, comparando-a com a manutenção da terapêutica com acetato de glatirâmero ou com o interferão beta 1a sc ou a mudança entre estes dois tratamentos. O objectivo é determinar se a utilização precoce de Tysabri® no algoritmo terapêutico acaba por conduzir a melhores resultados.

Para Alfred Sandrock, vice-presidente sénior do Departamento de Investigação e Desenvolvimento de Neurologia na Biogen Idec, “o Tysabri® é uma opção terapêutica interessante, que representa um sentimento de esperança para muitos doentes com EM”.

“Ao avaliar o Tysabri® em relação a outros tratamentos para esta patologia, o nosso objectivo é fornecer os dados necessários para que se possam tomar melhores decisões clínicas e aumentar a qualidade de vida dos doentes”, acrescentou o mesmo responsável.

“Acreditamos que o estudo SURPASS tem potencial para melhorar o modo como temos vindo a abordar esta doença”, afirmou Carlos Paya, presidente da Elan. É que, “apesar dos avanços científicos no tratamento da EM, ainda há muitas necessidades clínicas sem resposta nesta área e o estudo apoia o compromisso de continuar a avançar na abordagem da EM”.

O Tysabri® está aprovado em mais de 45 países. Nos EUA, foi aprovado para formas específicas de esclerose múltipla e, na União Europeia, para a EM do tipo surto-remissão.



FONTE:  http://www.rcmpharma.com/news/7567/51/Arranca-Fase-III-de-novo-estudo-comparativo-entre-tratamentos-para-Esclerose-Multipla.html
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