3 de nov. de 2012

Testes podem detectar esquizofrenia no ‘olhar’, indica estudo

Pessoas com esquizofrenia têm déficits na habilidade de acompanhar com os olhos objetos em movimento lento

Associações ligadas ao tratamento de esquizofrenia no Brasil dizem que a doença atinge 0,7% da população, ou seja, 1,2 milhão de pessoas


Testes de movimento dos olhos ajudam a detectar a esquizofrenia, um distúrbio psicótico caracterizado por perda de afetividade e da personalidade, alucinações e delírios de perseguição. 
Segundo estudo divulgado na última quarta-feira e publicado pela Biological Psychiatry, um modelo de testes de olhar teve 98% de precisão em distinguir pessoas com e sem esquizofrenia. 
A descoberta, dizem os pesquisadores, pode agilizar o diagnóstico da doença. 
Os autores do estudo, que pertencem à Universidade de Aberdeen (Grã-Bretanha), agora investigam se isso pode servir para que, identificado o mal, o tratamento dos sintomas seja feito com mais rapidez. 
O estudo foi liderado pelos professores Philip Benson e David St Clair, que explicam que pesquisas prévias já indicavam a relação entre esquizofrenia e alterações no movimento dos olhos. 
A pesquisa da Universidade de Aberdeen usou diversos testes de olhar, nos quais era pedido que voluntários acompanhassem com os olhos objetos que se moviam lentamente; que observassem uma variedade de cenas do dia a dia; e que mantivessem um olhar fixo sobre um alvo parado. 
Esquizofrenia: saiba como identificar a tratar a doença
 "As pessoas com esquizofrenia têm déficits já bem documentados na habilidade de acompanhar com os olhos objetos em movimento lento", explica Benson, em comunicado da universidade. 
"Seu movimento dos olhos tende a não acompanhar o objeto a princípio, e depois fazê-lo usando movimentos rápidos dos olhos." O teste de cenas do dia a dia mostrou que "portadores de esquizofrenia têm um padrão anormal (de observação)", diz ele. 
No último teste, de fixar-se em um objeto parado, esses portadores "têm dificuldades em manter um olhar fixo"
A equipe de Benson e St Clair realizou seu estudo com 88 pacientes diagnosticados com esquizofrenia e 88 pessoas em um grupo de controle. 
Diagnóstico clínico Para Benson, "sabe-se há mais de cem anos que indivíduos com doenças psicóticas têm diversas anormalidades no movimento dos olhos. 
Mas, até a realização do nosso estudo, usando uma nova bateria de testes, ninguém pensou que essas anormalidades eram sensíveis o bastante para serem usadas como forma de diagnóstico clínico". 
Seu colega St Clair explica à BBC Brasil que, atualmente, o diagnóstico da esquizofrenia é feito "apenas com (a análise) de sintomas e de comportamento", na ausência de exames de sangue ou de tomografias para isso. "Se você tem sintomas de distúrbios, o diagnóstico é fácil. 
Mas há muitos pacientes (cujo diagnóstico) não é tão simples", agrega. "É (um procedimento) caro, que consome tempo e requer indivíduos altamente treinados. 
Em comparação, esses testes de olhar são simples, baratos e podem ser feitos em questão de minutos." Segundo ele, isso significa que um modelo semelhante ao usado no estudo poderia ser aplicado em hospitais e clínicas. 
"O próximo passo é descobrir quando essas anormalidades são passíveis de serem detectadas pela primeira vez e se isso podem ser usado como pontos de referência para estudos de como intervir na doença". 
Associações ligadas ao tratamento de esquizofrenia no Brasil dizem que a doença atinge 0,7% da população, o que pode equivaler a 1,2 milhão de pessoas. 
Texto da Associação Brasileira de Familiares, Amigos e Portadores de Esquizofrenia (Abre) publicado no site do Programa de Esquizofrenia da Unifesp explica que a doença é causada "por alterações no funcionamento do cérebro e que traz grandes dificuldades sociais para a pessoa e sua família", por causar crises agudas que levam a delírios e alucinações.

Fonte:  http://noticias.r7.com/saude/testes-podem-detectar-esquizofrenia-no-olhar-indica-estudo-01112012

Homens podem voltar a ser férteis pós quimioterapia, diz estudo


 Foto: Getty Images
Algumas drogas contra o câncer destroem rapidamente as células e, com este novo estudo, nasce uma esperança para os homens que desejam ser pais

Uma injeção de células-tronco produtoras de esperma pode restaurar a fertilidade de homens que se tornaram estéreis devido aos efeitos de drogas contra o câncer, de acordo com pesquisadores da University of Pittsburgh School of Medicine e do Magee-Womens Research Institute. Em experimentos feitos com animais, eles congelaram antecipadamente as células-tronco e tiveram sucesso ao fertilizar ovos na produção de novos embriões. 
Algumas drogas contra o câncer destroem rapidamente as células que se dividem. E não é possível distinguir as células cancerígenas das demais, o que pode acabar deixando o paciente infértil. 
“Os homens podem armazenar esperma antes de se submeter ao tratamento contra o câncer e isso é uma esperança para terem filhos mais tarde. Mas isso não é uma opção para jovens garotos que ainda não atravessaram a puberdade, que não podem fornecer uma amostra do esperma e ainda têm muitos anos de vida para pensar em filhos”, disse Kyle Orwig, um dos professores envolvidos no estudo. 
Mesmo os jovens garotos, no entanto, têm células-tronco de esperma em seu tecido testicular que estão prestes a começar a produzir esperma durante a puberdade. 
Para comprovar se é possível restaurar a fertilidade usando estas células, Orwig e seu time fizeram testes em macacos adultos e na puberdade. Eles foram tratados com agentes quimioterápicos, que são conhecidos como redutores da fertilidade. 
Alguns meses depois do tratamento, a equipe reintroduziu nos testículos de cada macaco as suas próprias células-tronco de esperma. A produção foi estabilizada depois do transplante em nove de 12 animais e em três dos cinco que estavam na puberdade, assim que atingiram a maturidade. 
Em outro teste, as células-tronco de outros macacos foram transplantadas em animais inférteis. 
Em experimentos de laboratório, o esperma proveniente do transplante fertilizou 81 ovos com sucesso. "Este estudo demonstra que as células-tronco de esperma a partir de primatas superiores podem ser congeladas e descongeladas sem perder a sua atividade, e podem ser transplantadas para a produção de esperma funcional que é capaz de fertilizar ovos e dar origem a embriões”, observou o professor. 
As conclusões são encorajadoras porque vários centros nos Estados Unidos já estão armazenando o tecido testicular de garotos, em antecipação aos novos tratamentos com células-tronco que estarão disponíveis no futuro. 

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