30 de ago. de 2009

Síndrome do Intestino Irritável (SII)

Dor abdominal, diarréias frequentes, constipação, gases, e ainda, depressão ou ansiedade?
Você pode ter a chamada Síndrome do Intestino Irritável.
Aprenda o que é e o que fazer para lidar com ela.


O que é?


A Síndrome do Intestino Irritável (SII) é um distúrbio intestinal funcional comum caracterizada por desconforto abdominal recorrente e função intestinal anormal. O desconforto freqüentemente se inicia após a alimentação e desaparece após a evacuação. Os sintomas podem incluir cólicas, náuseas, distensão abdominal, gases, constipação, diarréia e uma sensação de evacuação incompleta. Pode estar associado a graus variados de depressão ou ansiedade.

Estudos demonstram que cerca de 20% das pessoas apresentam a síndrome em algum momento de sua vida, predominando entre as mulheres, principalmente jovens.

Já foi conhecida como indigestão, diarréia nervosa, colite espástica, colite nervosa e neurose intestinal. Não existem anormalidades estruturais como infecção ou úlceras, por isso é chamada de funcional, e não evolui para qualquer tipo de doença orgânica ao longo da vida.


O que causa a Síndrome do Intestino Irritável?


A causa da Síndrome do Intestino Irritável (SII) não é bem conhecida e, portanto, não se sabe como, a partir de um certo momento, uma pessoa passa a apresentar os sintomas.

Acredita-se que alterações nos movimentos que propagam o alimento desde a boca até o ânus (motilidade intestinal) e nos estímulos elétricos, responsáveis por esse movimento intestinal, estejam envolvidos.

Já se observou, também, que indivíduos com Síndrome do Intestino Irritável, têm um limiar menor para dor proveniente da distensão intestinal, ou seja, menores volumes de gás ou fezes dentro do intestino são capazes de gerar uma sensação, interpretada como dor, enquanto que indivíduos sem a síndrome provavelmente não seriam perturbados por estímulos semelhantes.

A participação de um componente hormonal é sugerida pela piora dos sintomas em mulheres durante a menstruação.

Alterações psicológicas como depressão e ansiedade são mais freqüentes em pessoas com síndrome do intestino irritável que procuram atendimento médico. É possível que essas pessoas percebam e reajam de maneira mais intensa a estímulos menores. O estresse não causa a síndrome do intestino irritável, mas pode desencadear os sintomas.

Sintomas


Períodos sintomáticos podem se alternar com períodos assintomáticos de até vários anos, mas que, por fim, tendem a recorrer.

A dor geralmente é do tipo cólica, intermitente e mais localizada na porção inferior do abdome. Costuma aliviar com a evacuação e piorar com estresse ou nas primeiras horas após as refeições e, dificilmente, faz com que o paciente acorde à noite.

Os indivíduos com síndrome do intestino irritável com predomínio de diarréia apresentam mais de três evacuações/dia, fezes líquidas e/ou pastosas e necessidade urgente de defecar. As evacuações não costumam ocorrer à noite, durante o sono, ao contrário das diarréias de causa orgânica. Não há sangue nas fezes (com exceção dos casos de fissura ou hemorróidas), mas pode haver muco.

Já os com predomínio de constipação (intestino preso) evacuam menos de três vezes/semana, as fezes são duras e fragmentadas (fezes em "cíbalos" ou "caprinas"), e realizam esforço excessivo para evacuar (evacuações laboriosas). A constipação pode durar dias ou semanas e obrigar o paciente a fazer uso de laxantes em quantidades cada vez maiores, o que a agrava ainda mais a doença. Dor abdominal acompanha a gravidade da constipação e tende a aliviar com eliminação de fezes, porém é freqüente a queixa de uma sensação de evacuação incompleta, o que obriga o paciente a tentar evacuar repetidas vezes.

A maioria das pessoas com SII comenta sobre distensão abdominal, eructações e flatulência freqüentes e abundantes. São sintomas inespecíficos e são atribuídos ao excesso de gás intestinal. Entretanto, estudos quantitativos do volume gasoso intestinal em pacientes com SII revelam que a maior parte deles tem volumes normais de gás. Porém, mínimas distensões intestinais provocadas geram esses sintomas, sugerindo uma diminuição (congênita ou adquirida) do limiar de tolerância à distensão.

Queimação, náuseas, vômitos são relatados por até 50% das pessoas com Síndrome do Intestino Irritável.

Diagnóstico

Deve-se sempre procurar atendimento médico e a grande preocupação do médico diante de um paciente com suspeita de SII deve ser afastar a patologia orgânica. Naturalmente, a necessidade ou a quantidade de exames complementares a ser solicitado dependerá da experiência do médico e de fatores ligados ao paciente (p. ex., intensidade e característica dos sintomas, idade, comprometimento do estado geral etc.).

Início dos sintomas após a 4ª década de vida, sintomas com curso progressivo e aparecimento de novos sintomas com o passar do tempo, dor que acorda o paciente, sangramento vivo retal, excluindo-se patologia orificial (ex., hemorróidas) e emagrecimento falam contra a síndrome do intestino irritável e pacientes apresentando esses sintomas devem ser investigados com maior atenção.


Tratamento


O conhecimento de que se trata de uma doença de evolução benigna e que não acarreta ou progride para nenhuma outra circunstância mais grave é um passo muito importante, capaz de, por si só, tranqüilizar e fazer com os sintomas sejam mais bem tolerados.

Certos alimentos são mal tolerados pelas pessoas com SII. A confecção de um diário alimentar correlacionando sintomas com os alimentos ingeridos previamente pode ser capaz de detectar alimentos desencadeantes.

Algumas pessoas têm uma tolerância diminuída ao leite e derivados o que pode desencadear a diarréia. Para essas pessoas a diminuição da ingestão desses alimentos pode melhorar os sintomas.

O uso de bebidas gaseificadas pode levar gás aos intestinos e causar dor abdominal. Comer ou beber rapidamente, mascar chicletes, fumar, inspirar ar pela boca quando nervoso pode levar a algumas pessoas a engolir grandes quantidades de ar, os gases também podem ser produzidos por certos alimentos como feijões, cebolas, brócolis, repolho, uva e ameixa. Comer mais lentamente ou minimizar os alimentos formadores de gases pode ser útil.

Uma vez que a cafeína pode aumentar a motilidade intestinal, as pessoas com a síndrome deveriam evitar ou minimizar o uso de bebidas que contém cafeína como o café e colas cafeínadas.

Retardos desnecessários da defecação deveriam ser evitados. Porque quanto mais tempo as fezes permanecerem no intestino, mais fluídos podem ser absorvidos, dificultando ainda mais a evacuação. O uso de certos laxantes pode perpetuar a constipação porque o intestino pode se tornar dependente deles. Pessoas com a síndrome não deveriam tomar laxantes fortes.

Aumentar o conteúdo de fibras na dieta pode ajudar a regular a atividade intestinal e reduzir tanto a constipação como a diarréia.

Se fontes modificáveis de estresse podem ser descobertas, resolvê-las pode ajudar. Exercícios regulares também podem ajudar a normalizar a função intestinal.

A grande maioria das pessoas melhora com a compreensão de sua doença e com alterações alimentares. Nos pacientes com algum sintoma especialmente incômodo, medicamentos sintomáticos dirigidos diretamente para tratar a diarréia, constipação ou dor abdominal podem ser usados.

Em alguns casos, o uso de medicação antidepressiva é benéfico.

Não existe um tratamento específico para a Síndrome do Intestino Irritável.
Deve-se evitar o uso de laxantes e tranqüilizantes, pois causam dependência com certa facilidade.
Deve-se ter grande cautela ao usar medicamentos sobre os quais há muita propaganda, porém que não tenham sua real validade e, principalmente, segurança, bem estabelecidos.


As mudanças nos hábitos alimentares é a pedra fundamental no tratamento de pessoas com a síndrome do intestino irritável.

27 de ago. de 2009

Porto-alegrenses testam dificuldades de cegos e usuários de cadeiras de rodas


Matéria publicada em: 27/08/2009




Durante cerca de duas horas, em plena Praça da Alfândega, homens e mulheres foram convidados a experimentar as privações diárias impostas aos deficientes




Para saber o gosto de um chocolate, não basta ler a sua fórmula. É necessário provar. A partir desta premissa, simples e objetiva, Marcos Paulo Kuhn, cadeirante há seis anos, sugeriu proporcionar aos porto-alegrenses a possibilidade de se tornarem cegos ou usuários de cadeiras de roda por alguns minutos ou, ainda, comunicarem-se pela língua dos sinais.
O Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência aprovou a ideia, que mobilizou o centro de Porto Alegre ontem à tarde. Durante cerca de duas horas, em plena Praça da Alfândega, homens e mulheres foram convidados a experimentar as privações diárias impostas aos deficientes.

– Quem experimenta uma cadeira de rodas uma vez na vida tem ideia das dificuldades que enfrentamos todos os dias – diz o autor da ideia.

Acompanhada de um estudante, a acadêmica de Publicidade Kethiele Bonkevitca, 24 anos, preferiu outra experiência: sentiu as dificuldades da cegueira por exatos 15 minutos. Com os olhos vendados, a jovem caminhou da Praça da Alfândega até o Museu de Comunicação Hipólito José da Costa, na esquina da Caldas Júnior com a Rua da Praia. Uma experiência radical.

– Dá medo de caminhar porque você não sabe o que vai encontrar pela frente e acaba perdendo um pouco do equilíbrio – interpreta.

Em cerca de 50 metros de caminhada, a jovem bateu levemente a cabeça em um orelhão. Com exceção do esbarrão, porém, Kethiele demonstrou temor apenas ao ouvir o ronco de um carro-forte, que passou distante menos de dois metros da estudante.

Para Paulo Kroeff, doutor em psicologia e presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que levou adiante a proposta de Kuhn, o objetivo da iniciativa é mostrar que pessoas com deficiências são cidadãos normais.


– Há barreiras arquitetônicas, comunicacionais, físicas, mas as principais barreiras são as barreiras de atitude – pondera Kroeff.

Kethiele Bonkevitca, 24 anos
Aluna de Publicidade experimentou as limitações da cegueira caminhando de olhos vendados



“Você não sabe o que vai encontrar pela frente e acaba perdendo um pouco do equilíbrio. Se estivesse sozinha, eu não saberia o que fazer.

Fico pensando nas dificuldades que as pessoas enfrentam em casa, por exemplo. Só neste trecho em que caminhei bati com a cabeça num orelhão. Imagino o que as pessoas enfrentam diariamente, em casa e na rua. Quando a gente se aproxima do meio-fio para atravessar a rua dá um medo... Se eu estivesse sozinha, ia ficar esperando até alguém me ajudar.”

Gabriel Amaro, 23 anos
Acadêmico de Psicologia transitou por cerca de 50 metros numa cadeira de rodas:



“É uma sensação muito estranha. As pessoas ficam olhando e você acha que elas vão ajudar mas, na verdade, estão com pena.

Como o piso é irregular, as rodas trancam e dá medo de cair. É preciso ter força nos braços para seguir adiante. Como obstáculos sempre vão existir, é preciso solidariedade das pessoas nas ruas. Se eu andei uns 50 metros e senti um monte de coisas, imagina quem enfrenta essas limitações todos os dias, na entrada de um banco, num ônibus, em casa, no cinema.”

Assista ao vídeo da matéria no link abaixo:


http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default.jsp?uf=1&local=1&section=Geral&newsID=a2632689.xml

25 de ago. de 2009

Medicamento para hipertensão é eficaz contra a esclerose múltipla, diz estudo

Matéria publicada em: 18/08/2009
Um medicamento contra a hipertensão arterial seria eficaz para tratar a esclerose múltipla e impedir ou, inclusive, reverter as paralisias resultantes, segundo estudo realizado em ratos de laboratório, cujos resultados foram divulgados nesta terça-feira (18).

Os pesquisadores provocaram lesões cerebrais nos animais similares às responsáveis pela esclerose múltipla nos humanos. Alguns ratos foram em seguida tratados com lisinopril, um medicamento genérico para a hipertensão desenvolvido pela empresa farmacêutica norte-americana Merck e comercializado como Prinivil.





Pesquisadores provocaram lesões cerebrais nos animais similares às responsáveis pela Esclerose Múltipla nos humanos em ratos.
Os ratos que receberam o medicamento produziram uma grande quantidade de células imunológicas denominadas linfócitos T. Essas células impedem nos ratos de laboratório e nos humanos as doenças autoimunes nas quais o sistema imunológico ataca células e tecidos saudáveis do organismo.

Os animais tratados com lisinopril não desenvolveram os sintomas da doença, enquanto que os já paralisados tiveram um rápido desaparecimento de sua paralisia, explicou o doutor Lawrence Steinman, professor de neurologia da Faculdade de Medicina de Stanford (Califórnia, oeste), principal autor do estudo.

Segundo o doutor Steinman, os resultados desta pesquisa levam a crer que o lisinopril poderia ter o mesmo efeito em pessoas com esclerose múltipla ou, inclusive, que sofrem de outras doenças autoimunes.

O trabalho foi publicado na revista "Academia Nacional de Ciências dos Estados Unidos" (PNAS, na sigla em inglês).

24 de ago. de 2009

Saiba mais sobre a esclerose múltipla

Entrevista passada em: 24/08/2009


Nosso querido colega André em entrevista exclusiva ao Jornal da Hora do Almoço da RBS TV (Porto Alegre), falando sobre a doença, juntamente com o Dr. Alessandro Finkelsztejn (neurologista)




Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More

 
Powered by Blogger