22 de jun. de 2009

Insatisfação familiar e depressão agravam esclerose múltipla

Matéria publicada em: 05/06/2009


A insatisfação familiar e a prevalência de quadros depressivos potencia o agravamento da condição neuropsicológica em doentes com esclerose múltipla, revela um estudo de investigadores da Universidade do Porto a que a Lusa teve hoje acesso.

Os resultados desta investigação vão ser apresentados na reunião do Grupo de Estudos de Esclerose Múltipla (GEEM) da Sociedade Portuguesa de Neurologia, que reúne sábado e domingo, em Espinho, os principais especialistas nacionais e alguns internacionais na investigação de uma doença que afecta cerca de cinco mil portugueses.

O estudo, que analisou um grupo de 25 mulheres portadoras de esclerose múltipla entre os 25 e os 58 anos, "sugere que existe uma maior prevalência de défices neuropsicológicos associada a uma maior incidência de sintomatologia depressiva e de insatisfação familiar".

Os resultados obtidos revelam, no seu conjunto, "uma implicação do funcionamento emocional e familiar no funcionamento neuropsicológico" e permitem concluir que "estes factores [emocionais e familiares] devem ser ponderados na implementação de programas de intervenção, quer ao nível da psicoterapia individual, quer ao nível da psicoterapia familiar e também em programas de reabilitação neuropsicológica e psicossocial destes doentes".

"A relação entre o funcionamento familiar, os défices neuropsicológicos, a ansiedade e depressão num grupo de doentes com esclerose múltipla" foi estudada por Diana Maia, Rosário Curral e Celeste Silveira, do Serviço de Psiquiatria, Hospital S. João, e por Marina Prista Guerra, da Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, da Universidade do Porto.

Este estudo é apenas uma das 13 investigações que especialistas de todo o país levam ao congresso de Espinho.

De acordo com José Grilo Gonçalves, presidente do GEEM, "a esclerose múltipla é uma doença inflamatória crónica do sistema nervoso central, que evolui por surtos, deixando sempre sequelas depois da sua ocorrência, as quais se traduzem em incapacidade para o doente".

"Ataca predominantemente as pessoas jovens, entre os 20 e os 40 anos, e pensa-se que se deve a uma conjugação de factores genéticos e ambientais", disse José Grilo Gonçalves.

"O que se encontra comprometido é o sistema imunitário do próprio doente, que ataca a mielina, a substância que protege os nervos", acrescentou o também neurologista do Centro Hospitalar de Coimbra.

Fonte:
 http://ultimahora.publico.clix.pt/noticia.aspx?id=1385226&idCanal=62

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