29 de mar. de 2009

Novas perspectivas para a esclerose múltipla

Matéria publicada em: 27/03/2009


Terapia com células-tronco melhorou os sintomas dos estágios iniciais de esclerose múltipla em 80% dos pacientes.



A esclerose múltipla (EM) é um transtorno neurológico crônico muito debilitante que pode provocar vários sintomas, entre os quais dormência de braços e pernas e, nos estágios mais avançados, paralisia e problemas de visão.
Cientistas acreditam que esse é um transtorno auto-imune no qual o sistema imunológico do corpo – que geralmente entra em ação após a invasão do organismo por microrganismos – ataca o tecido saudável. No caso da EM, o sistema imunológico dos pacientes destrói as bainhas de proteína que protegem as células nervosas ─ os neurônios ─ interrompendo os sinais entre o cérebro e o resto do corpo.Richard Burt, pesquisador e chefe de imunoterapia para transtornos auto-imunes na Faculdade de Medicina Feinberg, da Northwestern University, adverte que os resultados ainda precisam ser confirmados por testes clínicos aleatórios.
Usando um método conhecido como transplante autólogo de células-tronco hematopoéticas não mieloablativas, Burt e seus colaboradores basicamente substituíram as células “mal-comportadas” por células saudáveis ─ criadas a partir de células-tronco ─ em 21 pacientes (11 mulheres e dez homens) com EM recorrente, uma forma comum da doença em que os sintomas aparecem e desaparecem.
O método consiste nas seguintes etapas: inicialmente os pesquisadores administraram drogas que tornam as células da medula óssea aptas a liberar células-tronco imunológicas (com capacidade de se transformar em qualquer tipo de células imunológicas) no sangue.
Depois essas células são extraídas do sangue do pacientes. Em seguida os pacientes recebem drogas que eliminam seu sistema imunológico superativo. Os pesquisadores injetam então as células-tronco previamente extraídas, que se multiplicam rapidamente, dando origem a células imunológicas normais.
A idéia é desenvolver um novo sistema imunológico que reconhece o tecido saudável e não destrói as bainhas de proteínas, avalia Burt. Após um período médio de 37 meses, 17 pacientes (80 %) obtiveram melhores resultados nos testes-padrão de avaliação da visão, força muscular, coordenação motora e outros aspectos das funções neurológicas, que os obtidos antes do procedimento. Outros quatro pacientes não melhoraram, mas também não pioraram, avalia Burt.
O próximo estágio é descobrir como a terapia com células-tronco complementa os tratamentos existentes para a EM, com Tysabri e Novantrone. Esses dois medicamentos retardam a doença por bloqueio ou supressão do sistema imunológico superativo, mas os sintomas não melhoram.
Burt informa que atualmente está conduzindo outro teste clínico com 110 pacientes com EM, onde compara a segurança e a eficiência do tratamento convencional com células-tronco. Os resultados promissores desse pequeno teste clínico foram publicados em janeiro, no The Lancet Neurology.

Fonte: http://www2.uol.com.br/sciam/noticias/novas_perspectivas_para_a_esclerose_multipla.html

3 de mar. de 2009

Novo Fármaco pode melhorar a locomoção na EM

Matéria publicada em 02/03/2009


Resultados de um novo estudo sugerem que um fármaco experimental, denominado fampridina, é um tratamento seguro que pode melhorar a capacidade de andar de alguns pacientes com esclerose múltipla.
O Dr. Andrew D. Goodman, do Centro Médico da Universidade de Rochester, em Nova Iorque, concluiu que a melhoria funcional observada com a fampridina foi associada a uma redução da incapacidade de andar relatada pelos pacientes, sendo um benefício terapêutico clinicamente significativo.
O estudo, publicado na “The Lancet”, incluiu 301 pacientes, com qualquer forma de esclerose múltipla, que receberam aleatoriamente fampridina ou placebo diariamente durante 14 semanas.
O estudo focou-se principalmente no tempo que os pacientes demoravam a caminhar cerca de 8 metros.
Trinta e cinco por cento dos pacientes que receberam fampridina caminharam mais depressa após terem recebido o fármaco do que antes do tratamento.
Em contraste, apenas 8 por cento dos participantes no grupo do placebo demonstraram uma melhoria no tempo de caminhar. Além disso, entre aqueles que apresentaram progressos, a média de melhoria na velocidade de andamento foi maior com a fampridina do que com o placebo: 25, 2 por cento contra 4,7 por cento.
Foram observados oito possíveis efeitos secundários relacionados com o tratamento com fampridina. Pensa-se que dois efeitos graves, convulsões e ansiedade severa, possam estar relacionados com o fármaco, embora investigações posteriores tenham sugerido que estes problemas podem ser resolvidos através de uma redução da dosagem.
A Esclerose Múltipla é uma doença do sistema nervoso provocada pela danificação do revestimento que protege as células nervosas.
A doença afecta 2,5 milhões de pessoas globalmente e pode provocar queixas ligeiras em algumas pessoas e incapacidade permanente noutras. Os sintomas incluem entorpecimento ou fraqueza dos membros, perda de visão e uma dificuldades de locomoção.


Os estudos epidemiológicos apontam para a existência de 450 mil pessoas com esclerose múltipla só na Europa, sendo a incidência maior nos países nórdicos.
Estima-se que o número de doentes em Portugal seja da ordem dos 5 mil.

Fonte:
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