Pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista) iniciam, na próxima semana, uma terapia inédita com células-tronco para tratar pacientes com DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), em especial aqueles com enfisema pulmonar avançado.
25 de abr. de 2009
Unesp testa célula-tronco no pulmão
Matéria Publicada em: 21/04/2009
Durante três dias, os pacientes receberão medicamentos específicos.
Pesquisadores da Unesp (Universidade Estadual Paulista) iniciam, na próxima semana, uma terapia inédita com células-tronco para tratar pacientes com DPOC (doença pulmonar obstrutiva crônica), em especial aqueles com enfisema pulmonar avançado.
Segundo o médico geneticista João Tadeu Ribeiro Paes, principal autor do estudo, a Conep (Comissão Nacional de Ética em Pesquisa) --órgão que regulamenta pesquisas-- autorizou a pesquisa em humanos na semana passada.
A DPOC pode se manifestar como bronquite ou enfisema. Este último é uma doença crônica causada em 90% dos casos pelo cigarro, que gera inflamação nos brônquios e destrói os alvéolos e o tecido pulmonar. Com o tempo, o paciente perde a capacidade de respirar normalmente, pois a troca gasosa fica debilitada.
Estima-se que de 6% a 7% da população com mais de 40 anos tenha o problema. Não há cura. Segundo Paes, a universidade já selecionou os quatro pacientes que participarão do tratamento experimental -cujos resultados já foram testados em camundongos, que apresentaram regeneração do tecido pulmonar e melhoria da capacidade respiratória.
Por ser uma técnica experimental, a primeira etapa do estudo terá como objetivo principal saber se a terapia não prejudicará a saúde do paciente. "Por isso foram selecionadas pessoas que já não têm possibilidades de tratamento", diz Paes.
Os primeiros voluntários assinarão um termo de consentimento. Eles serão acompanhados durante um ano e os primeiros resultados devem aparecer em quatro meses.
O procedimento
Durante três dias, os pacientes receberão medicamentos específicos para estimular a produção de células-tronco na medula óssea.
Depois desse período, em procedimento cirúrgico e com anestesia local, cerca de 150 ml de células da medula serão colhidos através de uma punção na altura da bacia.
Essas células serão processadas em laboratório e injetadas no voluntário por meio de uma veia periférica do braço. "Por um mecanismo ainda não explicado pela medicina, essas células devem migrar para o tecido lesado. A gente imagina que o tecido doente libere alguma substância química que atraia essas células-tronco para o local", explica Paes.
A expectativa dos pesquisadores é que o tecido pulmonar se regenere e estabilize o avanço da doença. Outra hipótese é que a técnica melhore a função pulmonar --assim como aconteceu com os camundongos.
"Não estamos propondo um milagre nem a cura da doença e não queremos criar falsas expectativas, mas a nossa esperança é que as células-tronco impeçam a evolução da doença.
Sei que ainda estamos em uma fronteira, mas pode ser que isso se torne uma terapia clínica definitiva, em que o paciente com a doença recebe aplicações de células-tronco", diz Paes.
Cautela
O pneumologista Alberto Cukier, professor da USP (Universidade de São Paulo) e coordenador da comissão de DPOC da Sociedade Brasileira de Pneumologia, é cauteloso ao avaliar a terapia experimental, pois diz que ainda não existe nenhuma técnica capaz de regenerar o tecido pulmonar e que, além disso, o tratamento atual consiste em parar de fumar para evitar a progressão da doença, usar alguns medicamentos e praticar exercícios.
"Não há cura e há muitos pacientes esperando um transplante de pulmão. Essa pesquisa está sendo realizada por uma universidade séria, mas trata-se de um procedimento experimental, ainda muito longe de ter aplicação clínica.
Como não temos resultados, não há nada que possa ser feito imediatamente", pondera Cukier. O pneumologista Mauro Musa Zamboni, do serviço de tórax do Inca (Instituto Nacional de Câncer), também é cuidadoso ao avaliar as possibilidades do novo tratamento. Ele diz desconhecer pesquisas com células-tronco para tratar doença pulmonar em humanos.
"Existem vários estudos com células-tronco em animais. Esse parece ser o primeiro em humanos, mas ainda é muito cedo para pensarmos em resultados. É muito imprevisível", diz. Segundo Zamboni, existe um campo enorme de estudos com células-tronco e há uma expectativa muito grande com relação a isso em várias áreas da medicina.
"Os primeiros resultados parecem promissores, mas ainda não temos nada de efetivo para a prática clínica."
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Um comentário:
Que Deus permite, que esse novo experimento dê resultado, tenho 55anos, tenho os sintomas de DPOC, já parei de fumar a 01 anos. è horrível ficar com dificuldade de respirar, a vida fica sem sentido, estou muito triste, acabei de ler a matéria e estou aqui em oração e torcendo para os resultados serem satisfatórios.
Comoa faço para ter acesso a essas informações mais de perto, chegar pero dessas cobras da medicina sei que é impossível, mas quem sabe nè????
Deus os abençoe a todos
cleide cleidefagundessouza@hotmail.com
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