10 de fev. de 2010

Após transplante de medula, pacientes voltam a fazer planos para o futuro


Matéria publicada em: 10/02/2010







 



Pacientes com esclerose múltipla voltam a sonhar com um futuro promissor e retomam antigos projetos após o transplante de medula óssea.
Essa é a constatação do psicólogo Fabio Augusto Bronzi Guimarães que avaliou a qualidade de vida desses pacientes antes e depois do tratamento realizado com células-tronco.
Guimarães explica que a esclerose múltipla é uma doença autoimune, em que o sistema imunológico passa a ter uma hiperatividade, atacando o sistema nervoso central.
"A doença causa inúmeros problemas em quase todas as funções motoras. É uma doença crônica e debilitante", esclarece. O tratamento convencional é feito com imunossupressores e imunomoduladores principalmente. Em casos mais graves, o tratamento não surte os efeitos esperados e a doença evolui.


Vida ativa



O estudo, desenvolvido no Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto (HCFMRP), revelou a recuperação de uma vida ativa em pacientes que estavam limitados pela doença, afastados do trabalho e dependentes de outras pessoas.
A pesquisa, concluída em dezembro último, teve como objetivo avaliar a qualidade de vida em pacientes que fizeram o transplante de células-tronco hematopoiéticas (produzidas pela medula óssea).
Eles foram entrevistados em três momentos: no pré-transplante, no pós-transplante imediato (30 dias após) e no pós-transplante tardio (um ano após). "A qualidade de vida é um bom indicador do impacto que a esclerose múltipla causa na vida da pessoa, assim como o impacto do tratamento para o paciente", ressalta o psicólogo.



Tratamento com células-tronco

O tratamento com células-tronco é agressivo. Primeiro, os médicos retiram as células-tronco da medula óssea e aplicam uma carga intensa de quimioterápicos, para destruir a medula que não funciona adequadamente. Por último, faz-se o transplante das células-tronco saudáveis, para que a nova medula funcione normalmente.
Guimarães utilizou uma amostra de 34 pacientes, todos internados no HCFMRP, aplicando um método híbrido de pesquisa, sendo uma parte quantitativa e outra qualitativa. As informações foram coletadas por meio de perguntas feitas diretamente aos pacientes, e não por meio de prontuários e entrevistas com médicos responsáveis, tendo, portanto, um caráter mais subjetivo.


Pesquisa qualitativa

Foi traçado um histórico da doença e os pacientes indagados sobre as expectativas com o transplante e o futuro. "As questões eram relativas ao antes e depois do adoecer, às mudanças após o surgimento da esclerose, ao tratamento com células-tronco, às fontes de apoio do paciente, mudanças percebidas após o transplante, às expectativas e planos para o futuro, entre outras", destaca Guimarães.
As entrevistas revelaram que, após o transplante, a maioria de pacientes reconheceu a evolução da saúde com o tratamento, conseguindo realizar pequenas tarefas do cotidiano. Uma minoria, porém, se demonstrou insatisfeita, pois tinham uma grande expectativa de melhora, mesmo com algumas evoluções e cessação de sintomas.


Diminuição da importância da religião

Nas entrevistas tardias (após um ano), Guimarães constatou que a maioria dos pacientes passou a sonhar novamente com um futuro mais promissor e retomaram antigos projetos. "As relações com familiares e amigos ficaram mais fáceis após o transplante, muitas amizades afastadas foram retomadas", conta.
Um fato curioso observado pelo psicólogo foi uma queda da importância da religião na vida dessas pessoas. "Conforme o tratamento avança e a saúde apresenta melhoras, as pessoas ficam mais distantes das crenças nas quais se apegavam antes do transplante", destaca.


Pesquisa quantitativa

O pesquisador utilizou um questionário internacional (SF-36) que avalia a qualidade de vida relacionada à saúde. Por ser um instrumento genérico, os formulários permitiram comparações com outros estudos do gênero.
"Fizemos uma comparação estatística entre os três momentos (o pré-transplante, o pós-transplante imediato e o pós tardio)", explica o pesquisador. O questionário abordou dois enfoques: a parte física do paciente, com perguntas sobre capacidade funcional, dor e estado geral de saúde; e questões mentais, como aspectos sociais, vitalidade, aspectos emocionais e saúde mental.
Antes do transplante, os resultados apontaram aspectos físicos bastante prejudicados e a saúde mental mais preservada, com pacientes esperançosos com o tratamento. No período pós-transplante imediato, não houve grandes alterações. E no período tardio foi verificada uma melhora significativa em todos os aspectos da qualidade de vida, demonstrando uma percepção de melhora desses pacientes.
FONTE: http://www.diariodasaude.com.br/news.php?article=apos-transplante-medula-pacientes-voltam-fazer-planos-futuro&id=4997


4 comentários:

Anônimo disse...

meu nome é Júlia Moraes tenho 42 anos e a 20 dias descobri que tenho esclerose multipla,no dia que me deram a notica não percebi a gravidade da doença,estou em tratamento com pulsoterapia mas quero descobri mais possibilidades de ter minha vida normal de volta,pois tenho uma imensa vontade de viver e não sou depressiva,mas no caso da esclerose multipla tem de ficar atenta 24h,gostaria de recebr informações sobre tratamentos e pesquisas . meu e-mal : medulasalva@gmail.com
Atenciosamente uma pacinte confiante Jùlia Moraes

Anônimo disse...

Tenho esclerose multipla primariamente progressiva há seis anos, tenho saúde boa e não sou depressiva.Se eu fizer o transplante o que pode acontecer? Gostaria de noticias sobre o tratamento pois tenho interesse nele.Grata.

Anônimo disse...

...meu endereço para contato é lidiaeluma@hotmail.com

Denny disse...

Transplantes são uma grande promessa para melhorar a saúde das pessoas.. e atualmente as técnicas vem sendo aprimoradas cada dia mais.
Para quem tem interesse em realizar algum tipo de transplante, deve conversar com seu médico, somente ele poderá dizer se você se encaixaria no protocolo para tal procedimento.

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