6 de nov. de 2010

Remédio feito à base de maconha pode chegar ao Brasil

Matéria Publicada em:  03/11/2010


A inglesa GW Pharma, produtora do Sativex, já iniciou conversas com a Anvisa

Jones Rossi
 Paciente usa o Sativex, medicamento feito à base de substâncias extraídas da maconha
Paciente usa o Sativex, medicamento feito à base de substâncias extraídas da maconha (Divulgação)
O Sativex, remédio feito à base de maconha, pode estar a caminho do Brasil. A empresa farmacêutica britânica GW Pharma revelou ao site de VEJA que iniciou discussões com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) sobre a possibilidade de vender o medicamento — indicado para tratar sintomas de Esclerose Múltipla — no país. "Temos um interesse muito grande no mercado brasileiro e gostaríamos de obter a aprovação para o remédio na América do Sul", afirma Mark Rogerson, relações públicas da empresa. 
Segundo Rogerson, a intenção da empresa é dar início ao processo formal de aprovação do medicamento. Uma comissão da Anvisa já teria visitado os laboratórios onde o Sativex é produzido, na Inglaterra. A unidade brasileira da Bayer Schering Pharma, que comercializa o remédio na Grã-Bretanha, também afirma que está avaliando a possibilidade de lançar o Sativex no Brasil. 
De acordo a legislação brasileira, medicamentos que contenham em sua composição extratos da maconha são proibidos, mas a lei também prevê a hipótese de autorização para casos específicos.
Liberado para venda pela primeira vez em 2005, no Canadá, o Sativex recentemente ganhou autorização para ser comercializado na Espanha, Nova Zelândia e na própria Grã-Bretanha. O medicamento é usado principalmente para tratar a espasticidade, que são os espasmos musculares causados pela degeneração dos nervos que ocorre por causa da Esclerose Múltipla.
O Sativex usa duas substâncias da planta da maconha, o delta9-tetraidrocanabinol e o canabidiol. Essas substâncias ativam os receptores do cérebro que ajudam a diminuir os sintomas dos espasmos. Segundo a empresa, 50% das pessoas que sofrem com os espasmos causados pela Esclerose Múltipla apresentaram reações positivas ao remédio. "Não temos outro medicamento tão eficiente para tratar dores nervosas", afirma o psicofarmacologista Elisaldo Carlini, de 80 anos, professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e estudioso do uso medicinal da maconha desde os anos 50.
A Esclerose Múltipla atinge 2,5 milhões de pessoas em todo o mundo. Segundo a Associação Brasileira de Esclerose Múltipla, não existem dados concretos sobre o número de pacientes no país, mas estima-se que haja ao menos 35.000 casos.

Um comentário:

joao alves disse...

olá tudo bem? sou um jovem moço com 38 anos , portador da esclerose múltipla , a 10 anos , hoje quase não tenho uma vida social, gostaria de submeter o transplante de células tronco , queria saber por onde começar todo processo , por onde tomar medidas , riscos , e tratamento , desde já agradeço , joao alves , o meu email , joaozinho.alves@hotmail.com , agradeço ,umgrande abraço

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