12 de out. de 2009
Avanço Contra a Depressão.
Pesquisadores da Universidade da Califórnia (EUA) identificaram um possível biomarcador capaz de mostrar, depois de uma semana, se determinada droga antidepressiva apresenta resultados. Atualmente, quase 50% dos doentes não respondem satisfatoriamente ao primeiro medicamento prescrito.
Além disso, os médicos demoram de quatro a seis semanas para identificar que determinado remédio não surtiu efeito – o que provoca atraso no tratamento e desistência de pacientes. Outro fator de demora na identificação do melhor remédio é a quantidade de drogas disponíveis. Hoje, são comercializados cerca de 30 compostos diferentes de antidepressivos, o que dificulta a escolha.
– Os resultados são um marco em nossos esforços para desenvolver biomarcadores clinicamente úteis – avalia Andrew Leuchter, autor do estudo, publicado na revista Psychiatry Research.
Para o psiquiatra Ricardo Moreno, os resultados são interessantes, mas ainda precisam ser replicados em outros centros.
– Encontrar biomarcadores de resposta é o sonho de todos os centros de pesquisa do mundo. Se esses resultados forem comprovados, trarão um benefício muito grande para os pacientes – avalia Moreno.
A mesma opinião tem o psiquiatra Marco Antônio Brasil.
– O tempo de espera para saber se um remédio está fazendo efeito é muito grande e desgastante para o paciente. No futuro, esse recurso poderá ser uma boa alternativa – diz.
Brasil, no entanto, faz uma ponderação. Para ele, mesmo que outros estudos internacionais comprovem a eficácia do método, será difícil realizar esse tipo de exame em toda a população com depressão.
– Falando em saúde pública, o eletroencefalograma é um exame que custa caro para ser feito e repetido em uma semana. Acho que ele será uma boa alternativa para aqueles pacientes que já tentaram de tudo e continuam com a depressão persistente, refratária – prevê.
Para chegar aos resultados, os cientistas avaliaram 375 pacientes diagnosticados com depressão.
Os voluntários fizeram um eletroencefalograma quantitativo (mapeamento da atividade cerebral) antes de iniciar o tratamento, para que fosse avaliado o padrão das ondas cerebrais, e repetiram o exame uma semana depois.
No segundo exame, os pesquisadores observaram mudanças nos padrões das ondas cerebrais em comparação com o eletro de base, e identificaram um biomarcador chamado de índice de resposta ao tratamento antidepressivo (ATR).
Depois de 49 dias, os cientistas perceberam que podiam prever se os voluntários estavam mais propensos a responder a um antidepressivo diferente, pois encontraram 74% de exatidão nas previsões.
FONTE.
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